Após passar por cima de Isabel em alta velocidade, o motorista foi a frente e fugiu sem prestar socorro. Reprodução

Rio - Imagens de câmeras de segurança flagraram o exato momento em que Isabel Cristina Mendonça, de 49 anos, foi atropelada na Rua São Sebastião, no bairro do Engenho do Mato, em Niterói, no domingo passado (14). Nas imagens é possível ver o motorista dando ré e passando por cima da vítima mais de uma vez. Segundo a família, o caso ocorreu após uma briga e o condutor agiu de forma intencional.

O vídeo ainda mostra a movimentação de pessoas no entorno do veículo. Após passar por cima de Isabel em alta velocidade, o motorista seguiu em frente e fugiu sem prestar socorro.

De acordo com a Polícia Civil, o autor já foi identificado, mas a identidade não foi divulgada. Agentes analisam imagens de câmeras de segurança e diligências estão em andamento para apurar a dinâmica dos fatos. O caso foi registrado na 81ª DP (Itaipu).
A irmã da vítima, Cristiane Mendonça, que esteve na delegacia na quarta (17), contou que o motorista possui passagens pela polícia por violência doméstica. Ela disse ainda, que a prisão temporária já foi solicitada à Justiça. A informação ainda não foi confirmada pela Civil.

O filho de Isabel, Matheus Henrique, 22 anos, que estava presente no momento do incidente, explicou como a confusão teve início

"Nós estávamos voltando de uma lanchonete, aí caminhando nós nos deparamos com um carro parado e um homem dentro, minha mãe perguntou se ele estava bem, porque aparentemente não estava. Nisso, ele começou a agredir ela, xingar, e eu fui defender, e então entramos em uma briga corporal, só que depois disso a confusão acabou, e fomos para um canto da rua, mas ele continuou parado ali e eu percebi que ele estava já com algum tipo de maldade", disse

Matheus ainda contou que eles estavam perto de casa, e que antes do atropelamento, o suspeito, que estava armado, os ameaçou.

“Ele colocou a mão debaixo do banco para pegar a arma, então eu pulei pela janela e segurei a mão dele, para impedir que ele atirasse. Nisso ele engatou a ré, escutou o barulho, foi e voltou de novo e depois fugiu. Sendo que ele não precisava fazer isso, era só ele fugir, que era o que eu queria que ele fizesse, o caminho de fuga era para frente, na rua, ele deu a ré propositalmente e passou por cima dela”, lamentou.

De acordo com Cristiane, a causa da morte foi politraumatismo.“Ela quebrou osso da costela e o pulmão e fígado estouraram, mas se o motorista não tivesse voltado ela não tinha morrido, porque antes não tinha afetado o cérebro, só que ele voltou, o que causou politraumatismo”, explicou.
Isabel Cristina Mendonça foi atropelada no Engenho do Mato - Rede Social
Isabel Cristina Mendonça foi atropelada no Engenho do MatoRede Social


Isabel chegou a ser socorrida ao Hospital Estadual Azevedo Lima, mas não resistiu. O corpo foi sepultado no Cemitério São Lázaro, em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, na tarde desta terça (16).

Irmãs pedem Justiça

As irmãs Cristiane e Isabel Vergílio de Meireles pedem que o suspeito seja preso e que explique o porquê de tanta brutalidade.

“Foi proposital, por que tanta atrocidade? Por mais que houvesse um briga, isso é inadmissível! Toda família está destruída, minha mãe é acamada e chama pela minha irmã o tempo todo, meu sobrinho é autista e sente falta, o Matheus assistiu tudo. Está muito difícil! Precisamos de uma resposta, a gente se sente imponente”, lamentou Cristiane.

“Nada vai trazer ela de volta, mas precisamos entender o porque ela fez isso e precisamos que ele pague pelo que fez. A gente acredita na Justiça! Não foi um atropelamento comum, ele jogou o carro pra cima dela com a intenção de matar, justamente no Dia das Mães e isso foi muito triste, foi atrocidade a forma como ela foi morta, porque morrer a gente morre um dia, mas a forma foi muito bruta”, disse Isabel.

Cristiane relatou também que Isabel morava há 30 anos no mesmo bairro e que era muito conhecida por todos, além de ter um enorme coração. “Minha irmã falava com todo mundo, tratava todo mundo bem, ajudava pessoas com questão social, abria a porta da casa dela, sempre ajudava o próximo, trabalhava com centro comunitário, ia com as pessoas aos médicos”, comentou.