Familiares de Ronald no Hospital Estadual Azevedo Lima, no Fonseca, onde o jovem está internadoPedro Ivo / Arquivo / Agência O Dia
Família de jovem baleado durante ação da PM organiza protesto em Niterói
'É uma manifestação de paz. Não só pelo Ronald, mas por muita gente', explica a tia do rapaz atingido por disparo nas costas
Rio - A família de Ronald da Silva Santos, de 22 anos, organiza uma manifestação para a manhã do próximo sábado (20), na Rua Doutor Genserico Ribeiro, no bairro de São Lourenço, em Niterói. Os amigos e familiares se reunirão com balões e camisas brancas para pedir paz e orar pela saúde do jovem baleado durante uma ação da Polícia Militar.
"É uma manifestação de paz. Estamos pedindo isso não só pelo Ronald, mas por muita gente. Eles (policiais) chegam na comunidade esculachando, batendo, dando tiro e falam que são recebidos a tiros, mas nem sempre é assim. Chegam atirando e falam que foram recebidos a tiros. Como o caso do menino que levou um tiro na cabeça, em São Gonçalo. É uma manifestação sobre paz e pela saúde do Ronald", disse uma tia do rapaz ao DIA.
Internado em estado grave no Hospital Estadual Azevedo Lima, Ronald tem lesões na coluna, no estômago e no diafragma. De acordo com familiares, ele está com um dreno no pulmão e uma bolsa de colostomia.
O jovem foi baleado no momento em que estava a caminho de um campo de futebol com o irmão. Ao ouvir os tiros, ele correu para ajudar crianças que jogavam bola no meio da rua, mas foi atingido por um disparo nas costas.
Segundo a PM, os agentes do 12º BPM (Niterói) foram atacados a tiros na Rua Silveira da Mota e revidaram. Os policiais afirmam que, após o confronto, receberam informações de que um homem ferido havia sido encaminhado ao hospital.
Familiares de Ronald, no entanto, contestam a versão da corporação. "Não houve troca de tiros, só tiveram três tiros, que eles (os policiais) deram, inclusive os PMs estavam na escadaria e atiraram de cima para baixo", disse uma parente do rapaz, em entrevista ao DIA, na última sexta-feira, dia 12.
A família também reforçou que o jovem não tinha passagem pela polícia e nem envolvimento com o tráfico. A mãe de Ronald disse que ele é evangélico e cuida do som e dos slides da igreja.
A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 76ª DP (Niterói). O comando do 12º BPM (Niterói) também instaurou um procedimento para investigar as circunstâncias do tiro.
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