Diversas viaturas foram acionadas para o estabelecimento onde o homem foi morto na FreguesiaReprodução

Rio - O ex-policial militar André Elias Pereira de Oliveira, conhecido como Deco, foi morto a tiros na tarde desta sexta-feira (19) no estacionamento de uma loja de artigos para animais na Freguesia de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. A vítima foi expulsa da corporação em 2014 por causa de um envolvimento com a milícia de Rio das Pedras.
O crime aconteceu na Avenida Geremário Dantas. Diversas viaturas da Polícia Militar foram acionadas para o local para verificar o crime. Segundo a PM, equipes do 18º BPM (Jacarepaguá) estiveram no estabelecimento para verificar uma ocorrência de homicídio. No local, os policiais encontraram o corpo de um homem e isolaram a área.
O homicídio foi gravado por uma câmera de segurança da loja. A imagem flagrou dois criminosos armados e encapuzados se aproximando de André, que havia acabado de fazer compras no local junto com a mulher e a filha. Os suspeitos aparecem por trás do ex-PM quando o mesmo chega próximo de seu carro e atiram contra sua nuca.
Ainda segundo a PM, o carro que os criminosos utilizaram para fugir foi visto indo em direção à Cidade de Deus e Gardênia Azul. A corporação ressaltou que realizou um cerco tático na região em busca de encontrar os suspeitos do crime.
De acordo com a Polícia Civil, agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizaram uma perícia no local em busca de esclarecer os fatos. Um inquérito foi instaurado para apurar a morte de André de Oliveira, conhecido como Deco, e as diligências continuam em andamento para apurar a autoria e a motivação do crime.
Envolvimento com milícia
Deco foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) em 2009 após ser identificado como um chefe intermediário da milícia atuante em Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio, na época.
De acordo com o órgão, André era um dos responsáveis por organizar o patrulhamento armado da comunidade e supervisionar a cobrança dos pedágios e das taxas estipuladas aos moradores, comerciantes e empresários ali estabelecidos. O ex-PM também atuava como organizador das ações armadas efetuadas pela quadrilha pelo controle da comunidade.
No mesmo ano da denúncia, Deco foi preso por agentes da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) durante a Operação Rolling Stones. Ele foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma e munição.
Em 2013, o juiz Marco Mattos Couto, da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, condenou 12 réus que respondiam pelos crimes de formação de quadrilha armada e lavagem de dinheiro a sete anos de prisão. André foi um deles.
"As condenações têm caráter pedagógico, na medida em que evidenciam o erro cometido pelas pessoas que aderem à organização miliciana, deixando claro, por outro lado, o propósito do Estado de combater tal criminalidade", escreveu o magistrado.
Por causa da condenação, Deco foi expulso da corporação em 2014. Em 2016, o ex-PM voltou a ser preso, desta vez no Anil, em Jacarepaguá, também na Zona Oeste. Com ele, foram apreendidas duas pistolas, munições, carregadores e colete anti-balístico. Um bastão de beisebol também foi encontrado.
No entanto, uma decisão da Justiça fez com que ele fosse solto em 2019 já que o uso de armas apreendidas junto com ele foi autorizado.