70ª DP (Tanguá) indicia casal por morte de filho de 10 anosDivulgação

Rio - A Polícia Civil indiciou por homicídio culposo e abandono material o casal Edson Candida Emerencio e Sabrina dos Santos Andrade Emerencio, acusados de deixar o filho de 10 anos morrer após desnutrição e desidratação grave em Tanguá, na Região Metropolitana do Rio. De acordo com o delegado da 70ª DP (Tanguá), Daniel Castro, responsável pelas investigações, há ainda um outro inquérito que apura uma possível omissão de notificação de maus tratos e negligência do hospital que atendeu a vítima e do Conselho Tutelar de Tanguá.
"Esse outro inquérito apura a conduta da equipe do hospital e do Conselho Tutelar na omissão de notificação dos maus tratos e negligência. Nesse ainda não há indiciamento formal", disse o delegado. Edson e Sabrina foram presos em flagrante e tiveram a prisão convertida para preventiva em audiência de custódia realizada no dia 12 de maio. Na decisão, o juiz Rafael de Almeida Rezende, da 1ª Vara Criminal de Itaboraí, considerou que "há indícios suficientes para comprovar a autoria e a materialidade do crime".
Relembre o caso
Samuel Andrade Emerencio foi encontrado morto na casa onde morava com os pais no bairro Pinhão, em Tanguá, na última quarta-feira (10). De acordo com a Polícia Civil, após uma denúncia, agentes da 70ª DP (Tanguá) foram até a residência da família e, no local, encontraram o menino morto e a casa em situação insalubre.
Segundo as investigações, após os laudos hospitalares, foi constatado que os três filhos do casal sofriam de desnutrição e desidratação grave. Essa seria a causa da morte da criança. Ainda de acordo com a Civil, os menores ficavam dias sem comer e tinham marcas de agressões.
Samuel já havia sido internado duas vezes recentemente por apresentar quadro grave de desnutrição e desidratação. Uma das filhas do casal disse em depoimento que ela e seus irmãos ficaram três dias sem comer até a morte de Samuel.  Na ocasião, o Conselho Tutelar de Tanguá auxiliou nos cuidados dos irmãos de Samuel, de 8 e 13 anos, que estão sob a responsabilidade do órgão.
O que diz o MPRJ
Procurado, o Ministério Público do Rio ainda não informou se ofereceu a denúncia ao Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). Para o órgão, as informações colhidas até o momento indicam a possibilidade de mudança da capitulação jurídica para crime mais grave, ou seja, para homicídio doloso.