Marco Antônio, 58 anos, passou pelo ritual de purificação na feira indígena no Parque Lage, Zonal Sul do RioDivulgação

Rio - A Feira Intercultural marcou o Dia dos Povos Indígenas. O evento foi realizado neste domingo (21), das 9h às 17h30, no Parque Lage, na Zona Sul do Rio. A feira que através da cultura dos povos originários reafirma a presença, visibilidade e ocupação do povo no espaço de forma decolonial.  A presidente da Associação Indígena Aldeia Maracanã (Aiam), Marize Guarani ressaltou a importância do evento. "Realizar a feira tem o objetivo de garantir a visibilidade de um povo, assim como todos os povos, que caminha ao longo do tempo junto com a ancestralidade, o fortalecimento do 'eu indígena', da cultura, da diversidade, da desconstrução de estereótipos, da preservação da vida e da natureza, como as florestas e mananciais que fazem parte da relação da espiritualizada com a natureza", comenta Marize. 
O evento foi aberto ao público e teve entrada franca. A programação contou com danças tradicionais, cânticos, contação de histórias, rodas de canto, artesanato indígena e pintura corporal, além roda de conversa e debates. 
O taxista, Marco Antônio, 58 anos, participou pela primeira vez da feira e passou pelo ritual de purificação que, de acordo com a cultura indígena, é feito para limpar o corpo e a alma. A purificação foi realizada por um pajé da etnia Pataxó com rezas, cantos e mescla. "Acredito nas forças da natureza e tenho certeza que a partir do ritual muitas coisas boas vão acontecer na minha vida", afirmou Marco, que pretende repeti-lo mais vezes. 
Nas redes sociais, vídeos mostraram como foi o evento, os índígenas entoando os cânticos na roda de cantos e fazendo as danças do povo Pataxó no evento deste domingo. 
Esta foi 14ª edição do evento que é idealizado pela Associação Indígena Aldeia Maracanã (Aiam) e conta com o apoio institucional da EAV Escola de Artes Visuais e da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj). O “Dia dos Povos Indígenas 2023” tem a presença de 25 povos indígenas de todo o Brasil: Guarani, Pataxó, Puri, Fulni-ô, Tukano, Kaingang, Guajajara, Ashaninka, Tikuna, Tupinambá, Baniwa, Waurá, Kamayurá, Kayapó, Mehinako, Pankararu, Kariri-Xocó, Karajá, Potiguara, Sateré Mawé, Bororo, Kadiwéu, Kambeba, Ananbé, Kichua e Goitacá.
A associação reúne indígenas de várias etnias que vivem em contexto urbano no Grande Rio e também das oito aldeias Guarani e Pataxó que existem nos municípios de Paraty, Angra dos Reis e Maricá. Em relação ao evento, o objetivo é promover a valorização da cultura ancestral dos povos originários, proporcionando ao público uma oportunidade única de encontro e troca de saberes entre indígenas de várias etnias em contato direto com o público carioca.
Segundo a Associação que organiza o evento está previsto para acontecer mais uma edição da feira ainda este ano, nos dias 12 e 13 de agosto no Parque Lage.