Prefeito do Rio, Eduardo Paes, e presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciam novidades sobre parceria no Centro do RioFábio Motta/Prefeitura do Rio
Cais do Valongo receberá financiamento para fomentar cultura afro-brasileira no Centro
Parceria entre a Prefeitura do Rio e o BNDES, que fomentou os investimentos, também busca o financiamento pelo banco das obras do plano de mobilidade de Campo Grande
Rio - A região da Pequena África, no Cais do Valongo, Zona Portuária do Rio, receberá um fundo para financiar investimentos à cultura afro-brasileira. O anúncio foi feito pela Prefeitura do Rio, em parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nesta segunda-feira (22). Ainda entre as ações de fomento, está a retomada de atividades culturais no Espaço Cultural BNDES. Eduardo Paes ainda informou que negocia com o BNDES o financiamento pelo banco das obras do plano de mobilidade de Campo Grande.
De acordo com a Prefeitura do Rio, as obras do Porto Maravilha recuperaram uma área de 5 milhões de metros quadrados da cidade, para transformá-la em um polo residencial, de turismo, entretenimento e negócios. As escavações para este trabalho revelaram as pedras do Cais do Valongo, o maior porto de escravos das Américas. A parceria entre o poder municipal e banco, na ocasião, investiu em obras de infraestrutura, recuperação de patrimônio histórico, arquitetônico e cultural, como o Jardim Suspenso do Valongo e também a criação do circuito da Pequena África.
A criação de um local que destaca a história da diáspora negra, da formação do Brasil, foi pontuada pelo prefeito, que garantiu os esforços dos órgãos públicos que têm empreendido para recuperar a região.
O presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, anunciou que o edital de fomento para cultura irá permitir atividades culturais por pelo menos dois anos no Centro da cidade, de maneira a contribuir com o repovoamento da área central do Rio.
"Vamos abrir um fundo novo e buscar parceiros para fortalecer, para fomento da Pequena África, para fazer daquilo dali um território da cultura. É o pré-sal da história e da cultura negra no Brasil. É uma coisa muito forte e bonita. Vamos deflagrar o processo. Vamos construir um museu, restaurar um prédio histórico e ajudar a criar mais um centro cultural, que acho que pode ser uma referência internacional", disse o presidente do BNDES.
"Tudo isso vai resgatar o Centro do Rio. Não é uma política tão somente estatal de cuidar do espaço público, que também precisa. Mas é trazer gente para o Centro da cidade. Boa parte dos fatos históricos brasileiros aconteceram aqui no Centro, que foi capital da colônia, do Império e da República. Resgatar esse Centro é medida mais adequada, mas não somente sob o ponto de vista urbanístico e de planejamento urbano. Temos também que pensar na preservação, no cuidado e no carinho com a história do nosso país", afirmou o prefeito.
Plano de mobilidade de Campo Grande
O prefeito do Rio também falou do financiamento do plano de mobilidade de Campo Grande, cujas obras do novo anel viário já começaram. O projeto, com investimento de cerca de R$ 1 bilhão, vai implementar um novo mergulhão, um túnel, vias expressas e ciclovias que devem melhorar significativamente o trânsito no maior bairro do Rio.
O prefeito informou que o BNDES e a Prefeitura negociam o financiamento das obras, que garantirá a realização de todo o projeto idealizado pela gestão municipal.
"A Prefeitura tem feito esforço grande para recuperar a mobilidade da cidade, no transporte público e muito especialmente nas áreas mais pobres. Quem acompanha minimamente a vida do Rio sabe que o povo mais pobre vem sofrendo nos últimos anos, especialmente na Zona Oeste, com o abandono da rede de transporte público. A prefeitura vinha fazendo um esforço solitário nessa recuperação. Passei os últimos dois anos com os recursos da prefeitura. Agora, é muito bom ver o BNDES voltar a acreditar na cidade, no país e, principalmente no investimento público", finalizou.
Sobre as obras
As obras em Campo Grande preveem a construção do mergulhão sob a avenida Cesário de Melo, uma ligação expressa entre a Estrada da Caroba e a Estrada da Posse, com a implantação de um túnel de 600 metros, com duas galerias, sob o Morro Luiz Bom. As novas rotas permitirão o escoamento de tráfego de veículos mais eficiente na região, diminuindo o tempo de deslocamento e facilitando, assim, a circulação no centro de Campo Grande.
Ainda estão previstas melhorias nas interseções entre a rua Arthur Rios e a avenida Cesário de Melo, na Estrada da Caroba com o viaduto Carlos Alberto Moreira da Cunha (novo viaduto de Campo Grande) e a implementação de dois quilômetros de ciclovias.
A obra também trará uma nova floresta, na região da Posse, que será o pulmão verde no coração de Campo Grande. Em uma área de 950 mil m², algo equivalente a mais de 130 campos de futebol, será implantada a nova Floresta da Posse. O projeto prevê o plantio de 240 mil árvores e recuperação dos mananciais, além de proteção da fauna e da flora nativas.
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