Influenciadora Kérollen Cunha aparece em novo vídeo entregando uma banana amassada dentro de uma carteira para uma mulher negraReprodução

Rio - A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) instaurou mais um inquérito contra as influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves, investigadas por racismo. A informação foi confirmada pela delegada Rita de Cássia Salim ao DIA. A especializada recebeu, nesta sexta-feira (2), mais um vídeo onde mostra as influenciadoras entregando uma banana amassada dentro de uma carteira para uma mulher negra.
Veja o vídeo abaixo:
Influenciadora Kérollen Cunha aparece em novo vídeo entregando uma banana amassada dentro de uma carteira para uma mulher negra - Reprodução
Influenciadora Kérollen Cunha aparece em novo vídeo entregando uma banana amassada dentro de uma carteira para uma mulher negraReprodução
Nas imagens, somente Kérollen aparece, no entanto, a delegada vai investigar as circunstâncias do vídeo considerando a participação de Nancy também, já que as duas participam ativamente dos conteúdos dos vídeos publicados.
No vídeo, Kérollen pergunta se a mulher gostaria de receber R$ 5 ou um presente embrulhado. A mulher, então, desembrulha a caixa e encontra uma carteira branca com um papel escrito: "carteira recheada". Ao abrir o objeto, a mulher se depara com uma banana amassada. Decepcionada, ela começa a chorar. Em seguida, Kérollen oferece os R$ 5 do início do vídeo e pede para ela abrir o outro compartimento da carteira. A mulher, então, encontra R$ 50. Veja as imagens:
Investigadas por racismo contra crianças
Kérollen e Nancy também são investigadas por agirem de forma parecida, mas usando crianças como vítimas. Em um outro vídeo, a dupla aparece entregando uma banana, um macaco de pelúcia e até dinheiro para crianças. Nas imagens, as duas pedem para as crianças, abordadas nas ruas, para escolherem entre o presente e dinheiro. Em dois casos específicos, quando as crianças escolhem pelo presente, ambas negras, uma ganha uma banana e outra um macaco de pelúcia.
O caso veio à tona após a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciar o caso nas redes sociais. Em um vídeo, ela chama a atitude das influencers de "racismo recreativo", que se trata da prática disfarçada de humor, quando alguém usa de "discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão".
Os investigadores vão analisar os vídeos publicados por Kerollen e Nancy e apurar se as influenciadoras praticaram crime de racismo ou injúria racial. Sobre o vídeo com crianças, a Decradi também investiga se elas infringiram algum crime do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
As duas, que possuem uma conta conjunta nas redes sociais, somam mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e 13 milhões de inscritos no Tiktok. Os vídeos foram retirados do ar do canal delas.
Depoimento de pais de crianças
Nesta sexta-feira (2), o delegado Luís Maurício Armond, da 74ºDP, colheu o depoimento da família do menino que recebeu uma banana de presente. Segundo os responsáveis, as influenciadoras costumavam abordar crianças que vendiam balas no sinal em Alcântara, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, há pelo menos três anos.

Segundo o delegado, os pais da criança procuraram a unidade e relataram que o filho já havia sido abordado pelas investigadas, onde elas prometeram um dia de príncipe no shopping. Na ocasião, elas iniciaram uma gravação e disseram que tudo que o menino tocasse poderia levar, mas no final ele só levou uma bola e um outro brinquedo.