Influenciadoras Kerollen Cunha e Nancy Gonçalves gravaram vídeos em São GonçaloReprodução/redes sociais
Influenciadoras investigadas por racismo têm depoimento remarcado na Decradi
Kerollen Cunha e Nancy Gonçalves vão prestar depoimento na próxima semana
Rio - As influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves, investigadas em inquérito de racismo contra duas crianças, tiveram seus depoimentos, que estavam marcados para a manhã desta terça-feira (6), reagendados para a próxima semana. Segundo a delegada Rita Salim, da Delegacia de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (Decradi), a mudança acontece em função de um pedido da defesa das investigadas.
Na sexta-feira passada (2), o delegado Luís Maurício Armond, da 74ª DP (Alcântara), colheu o depoimento da família de um menino que recebeu uma banana de presente. Segundo o delegado, os pais da criança procuraram a unidade e relataram que o filho já havia sido abordado pelas influenciadora, que prometeram um dia de príncipe no shopping.
Na ocasião, elas iniciaram uma gravação e disseram que tudo que o menino tocasse poderia levar, mas no final ele só levou uma bola e um outro brinquedo. Ainda de acordo com os responsáveis, as influenciadoras costumavam abordar crianças que vendiam balas no sinal em Alcântara, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, há pelo menos três anos.
Entenda o caso
Kérollen e Nancy são investigadas por aparecerem entregando uma banana, um macaco de pelúcia e até dinheiro para crianças. Nas imagens, as duas pedem para as crianças, abordadas nas ruas, escolherem entre o presente e dinheiro. Em dois casos específicos, quando as crianças escolhem pelo presente, ambas negras, uma ganha uma banana e outra um macaco de pelúcia.
O caso veio à tona após a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciar o caso nas redes sociais. Em um vídeo, ela chama a atitude das influencers de "racismo recreativo", que se trata da prática disfarçada de humor, quando alguém usa de "discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão".
Em nota publicada nas redes sociais, as influenciadoras afirmam que "não havia intenção de fazer qualquer referência a temáticas raciais ou a discriminação de minorias".
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