Além de investir na parte cultural, o consórcio precisará construir um restaurante universitário no campus Praia Vermelha com capacidade para fornecer duas mil refeições por dia, além de dois prédios acadêmicos no mesmo campus. Isso possibilitará que o Palácio Universitário concentre atividades de pesquisa e extensão das unidades ali atuantes.
Segundo Carlos Frederico Leão Rocha, vice-reitor em exercício da Reitoria, a UFRJ devolverá um importante espaço cultural para o Rio.
“É um projeto crucial para a arte e a cultura, não só para a UFRJ, mas também para a sociedade carioca e brasileira que visitou e assistiu aos inúmeros shows da MPB naquele espaço icônico, no campus da Praia Vermelha, que é da nossa Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pretendemos reabrir essa casa de cultura não só para atender a demanda da sociedade por um palco que seja de altíssima qualidade acústica naquela região do Rio de Janeiro que atenda à classe artística, mas que também seja palco para interação entre essa área cultural e os cursos da UFRJ, que são vários na área de direção teatral, música, dança, só para citar alguns”, afirma.
O período de concessão do espaço é de 30 anos e o valor mínimo para outorga é de R$ 625 mil. O consórcio Bônus-Kefler precisará fazer intervenções que chegam a R$ 137,7 milhões em todo o projeto, sendo R$ 53,7 milhões nas instalações acadêmicas e R$ 84 milhões na parte cultural.
A limitação da taxa de ocupação é de 30% e o gabarito é de 20 metros, com pelo menos 70% de área de livre circulação. A UFRJ terá direito a uso de 270 dias por ano do Espaço Ziraldo e a 50 dias por ano do espaço cultural multiuso. A área total com intervenções tem 15 mil metros quadrados entre as imediações do Shopping Rio Sul, onde ficava o antigo Canecão, e o novo espaço multiuso. A ideia é que esse espaço vire uma nova área pública de lazer.
O projeto conceitual prevê que o "novo Canecão" será em formato multiuso. O consórcio precisará oferecer pelo menos três mil lugares no módulo "show", com público em pé, ou 1,5 mil lugares sentados. O uso do nome 'Canecão" não é obrigatório, já que o espaço pode ser batizado com a marca de um patrocinador, o que é conhecido como naming rights.
O leilão
Em 2 de fevereiro deste ano, o consórcio Bônus-Klefer venceu a disputa de lances no leilão. O consórcio fez lance final de R$ 4.350.000 milhões. O valor foi quase sete vezes maior do que o valor mínimo de outorga, que era de R$ 625 mil. A sessão ocorreu no Edifício Ventura. O grupo WTorre Entretenimento e Participações perdeu a concorrência, com lance final de R$ 4.050 milhões.
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