Homicídio aconteceu na Avenida Ayrton Senna, na frente de uma loja de peças para motos, na Gardênia AzulGoogle Street View

Rio - Thiago Silvino da Silva foi assassinado a tiros na tarde desta terça-feira (13), na Gardênia Azul, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Há a suspeita de que o homicídio esteja relacionado com a disputa entre traficantes e milicianos que assola a região desde o começo do ano.
Segundo a Polícia Militar, agentes do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) realizavam um policiamento pela região quando foram acionados para checar uma ocorrência envolvendo disparos de arma de fogo na Avenida Ayrton Senna, altura da Gardênia Azul.
Chegando ao local, os policiais se depararam com um homem atingido e já sem vida. A área foi isolada e a ocorrência conduzida pelo 18º BPM (Jacarepaguá). Peritos da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foram acionados e, após a perícia, a especializada instaurou um inquérito para apurar a morte de Thiago.
As diligências estão em andamento para apurar a autoria e a motivação do crime. Existe uma suspeita que o homicídio tenha acontecido por causa da disputa entre traficantes e milicianos pelo controle da região, que vem se mantendo desde o começo do ano.
Tráfico x Milícia
Há cerca de 6 meses, traficantes do Comando Vermelho (CV) invadiram comunidades da Gardênia Azul, Muzema e Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, áreas antes dominadas pela milícia. As regiões sofreram forte influência de milicianos nos últimos 30 anos. Com a invasão, o tráfico, comandado por Edgar Alves de Andrade, também conhecido como 'Doca' e 'Urso', um dos líderes da facção atuante na Penha, na Zona Norte, tomou conta das comunidades e expandiu pontos de venda de drogas pela região.
As mortes em relação à essa disputa tem sido recorrentes na área. Na última quarta-feira (8), um homem, ainda não identificado, foi assassinado na Avenida Isabel Domingues com tiros no rosto e no tórax. Na terça-feira (6), mais dois homens foram encontrados mortos na Avenida Ayrton Senna. Segundo as primeiras informações, ambos foram levados até o local na mala de um carro e, em seguida, dois homens saíram do veículo e retiraram os corpos. Os casos desses dois dias são investigados pela DHC.
Em maio, o miliciano Leandro Siqueira de Assis, o 'Gargalhone', de 46 anos, foi morto a tiros, também na Avenida Ayrton Senna, mas próximo à Barra da Tijuca. Seu corpo estava dentro de um carro nas proximidades do Mercado do Produtor. Gargalhone era considerado um dos chefes da milícia que atuava na Gardênia Azul. Neste ano, Leandro teria se aliado ao CV para retomar o controle da região depois de perder o seu cargo.
No último dia 23 de março, o vendedor de água Ironaldo Salvador de Alcantara, de 51 anos, também foi morto a tiros na Gardênia. De acordo com testemunhas, o comerciante foi alvo de mais de 40 tiros dentro do seu estabelecimento. O motivo teria sido a recusa de Ironaldo em comprar mercadoria de traficantes que comandam a comunidade.