Trecho da ciclovia que caiu na NiemeyerLuciano Belford/Agência O DIA

Rio - A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Infraestrutura, retomou a reconstrução do trecho da Ciclovia Tim Maia que desabou em 2019 após um deslizamento de terra na Avenida Niemeyer, na Zona Sul do Rio. Toda a estrutura, que liga a Barra da Tijuca ao Leblon, foi totalmente interditada após uma série de desabamentos, que começaram ainda em 2016 com a morte de duas pessoas.
Segundo a municipalidade, uma empresa também foi contratada para fazer manutenção permanente da ciclovia no trecho entre São Conrado e o Vidigal. "Ressaltamos ainda que o trecho que desabou em 2016 foi recomposto no mesmo ano", diz a nota enviada ao DIA.
Histórico de desabamentos
No feriado de 21 de abril de 2016, a pista suspensa sobre a rocha costeira sofreu seu primeiro desabamento, ao ser atingida por uma onda. A queda de um trecho de 26 metros matou Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, e Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos, que passavam pelo local.
Depois do primeiro desabamento, a Prefeitura fechou o trecho do Vidigal a São Conrado, mas, semanas depois, a Justiça mandou interditar também o percurso Leblon-Vidigal. A ciclovia teve seu segundo desabamento em fevereiro de 2018. Cerca de 30 metros do segundo trecho, na saída de São Conrado para a Barra da Tijuca, cederam durante um temporal.
Sob a gestão de Marcelo Crivella, a Prefeitura explicou que uma galeria que passava sob a via se rompeu e encharcou o solo, provocando o afundamento. Após o incidente, a Justiça interditou completamente a ciclovia a pedido do Ministério Público.
Já em janeiro de 2019, um perito designado pela Justiça avaliou que a ciclovia poderia ser reaberta. No dia 25 do mesmo mês, o então prefeito Marcelo Crivella gravou um vídeo atestando a segurança do trecho e afirmou que estrutura havia sido reforçada para resistir ao impacto das ondas. Contudo, após uma semana, chuvas fortes causaram o terceiro desabamento no início de fevereiro, na altura de São Conrado.
Justiça absolve profissionais acusados no caso do desabamento da Ciclovia Tim Maia
Os réus haviam sido condenados em primeira instância no ano de 2020. Na época, o juiz André Felipe Veras de Oliveira, da 32ª Vara Criminal do TJRJ, condenou a três anos, 10 meses e 20 dias de detenção os réus do processo sobre a queda da ciclovia. A pena foi convertida em restrição de direitos e multa com a prestação de serviços gratuitos à comunidade ou a entidades públicas ou assistenciais.
Para a advogada Fernanda Tórtima, que representa o consórcio Contemat-Concrejato, composto pelas empreiteiras responsáveis pela construção da ciclovia, a decisão dos cinco desembargadores sobre a absolvição foi unânime e correta. As opiniões de especialistas sobre as ondas no local foram levadas em conta para determinar as absolvições.