Empresas tiveram que custear mão de obras e materiais para as estruturas do CarnavalAnderson Manhães/Superliga

Rio - Empresários e fornecedores denunciaram ao DIA, nesta quinta-feira (22), a falta de pagamento da Riotur pelos serviços prestados na montagem do Carnaval de 2023, na Nova Intendente Magalhães. De acordo com atas de reuniões promovidas pela empresa municipal, a quitação da dívida seria feita até o dia 15 de junho, o que não aconteceu. Agora, o pagamento segue sem prazo para ocorrer e os prejuízos das empresas passam dos R$ 270 mil, com juros e multas. 
Segundo o produtor técnico de infraestrutura, Alexandre Gomes, tanto empresas como fornecedores foram convidados pela Riotur para fazer o Carnaval das séries Prata e Bronze com a promessa de pagamento à vista, que seria feito antes do período.
Ainda de acordo com o produtor, a promessa não foi cumprida mesmo após o início da montagem das estruturas. Diante das circunstâncias, os profissionais fizeram uma greve, paralisando os trabalhos. Para evitar atrasos, o presidente da Riotur, Ronnie Aguiar Costa, explicou que houve um "entrave de documentação", remarcando o pagamento para o dia 17 de fevereiro, o que não ocorreu.
Após o fim do Carnaval, a data foi novamente alterada, desta vez para dia 5 de março, sob a mesma justificativa. Costa teria prometido durante uma reunião, em nome do prefeito Eduardo Paes, que a dívida seria quitada em razão do apreço do chefe do executivo da cidade pela folia. No entanto, até o último prazo dado, de 15 de junho, a promessa não se cumpriu.
O dono de uma empresa, que preferiu não se identificar, revelou que a falta do pagamento gerou prejuízo de R$ 270 mil, com juros e multas contratuais. "Tivemos muitos prejuízos. Protestos dos nossos fornecedores, pagamento de multas e multas contratuais frente a nossos fornecedores. Para não termos ações judiciais trabalhistas, tivemos que arcar com um enorme custo, tudo por caixa próprio. E agora, estamos pagando uma conta imensa. Precisamos de uma solução imediata", disse o empresário.
Outro empresário, dono da Inboxenergy, Johnn William, também teve prejuízo e os custos ultrapassaram os R$ 20 mil de juros acumulados, além de ter que custear a mão de obra e o material usado na montagem do evento.
"Tivemos que bancar toda a mão de obra e material usado para entregar um desfile com toda a qualidade que as escolas mereciam. Como as várias promessas de datas para pagamento não se confirmaram, tivemos que pegar empréstimos em bancos e desfazer de ativos da empresa para honrar os compromissos com nossos colaboradores e fornecedores. Ainda hoje estamos com problemas de fluxo de caixa por conta disso", lamentou William.
"Por mais de dez vezes nos passaram datas para quitação, mas até agora está só na promessa. No mínimo, espero que cumpram o quanto antes o que foi prometido e nos paguem, pois fizemos por onde receber", completou.
Procurada pelo DIA para esclarecer o ocorrido, a Riotur e a prefeitura informaram que em dezembro de 2022, a Superliga Carnavalesca do Brasil, entidade responsável pela Nova Intendente, foi autorizada a captar patrocínio para a execução dos desfiles, incluindo as despesas com toda a estrutura. Com isso, a entidade teria conseguido um financiador, uma cervejaria, que após o Carnaval entrou em regime de recuperação judicial, não honrando com o contrato de patrocínio, o que teria gerado atraso nos pagamentos.
"Ressaltamos que independente de qualquer problema com o pagamento do patrocínio, a Riotur reafirma o seu compromisso com a organização do Carnaval, e garante que continuará a intermediar as negociações, e a busca de soluções, o mais rapidamente possível. Por fim, a Riotur se solidariza com todos os fornecedores e trabalhadores atingidos pelo atraso nos pagamentos", informa a nota.