Mário Marcelo Santoro é acusado de matar Cecília Haddad em abril de 2018, na AustráliaReprodução

Rio - O juiz do Tribunal Regional Federal 2ª Região Ian Legay Vermelho, responsável por conduzir o tribunal do júri que condenou a 27 anos de prisão o Mário Santoro, de 45 anos, na madrugada desta quinta-feira (22), citou a conduta do engenheiro com a vítima em sua sentença. De acordo com magistrado, o réu agiu de forma "perversa" contra Cecília Haddad e causou consequências "desvastadoras".
"De fato, as provas demonstraram que o réu foi particularmente perverso na perseguição da vítima, nos dias que antecederam o feminicídio praticado, submetendo Cecília Müller Haddad a momentos de profundo temor pelo risco à sua integridade física", argumentou o magistrado.
Em seguida, a sentença também cita as consequências do crime para toda a rede familiar, amigos e pessoas próximas que tinham em Cecília uma pessoa querida. "O delito não se limitou ao fim de uma vida, mas de uma rede de relações afetivas criadas e mantidas ao longo dos 38 anos em que Cecília viveu, que cessaram repentinamente em razão do feminicídio cometido, consequências estas que não podem ser ignoradas", avaliou o juiz.
Por fim, o magistrado declarou a condenação de Mário e falou sobre a pena de 26 anos e 120 dias de prisão em regime fechado por homicídio triplamente qualificado e mais 1 ano e 50 dias pela ocultação de cadáver da administradora, totalizando uma pena de 27 anos.
Em depoimento ao Tribunal do Júri, o réu confessou o crime e deu sua versão para o que aconteceu quando foi até a casa da ex pegar seu passaporte e a asfixiou após uma discussão, em abril de 2018. "Fui na tentativa de querer calar a boca dela. Infelizmente, foi quando teve a tragédia. Peguei o pescoço dela e apertei muito forte... Eu não queria fazer isso", afirmou ao júri.