Polícia Civil investiga idoso por injúria racial contra um segurança de restaurante em IpanemaReprodução / Redes Sociais
Ralph Hage, advogado do segurança do restaurante, informou que a defesa vai responder nos autos do procedimento policial às alegações da defesa do idoso. Hage esclarece que o Código Penal prevê a isenção de pena "àquele que é provocado, de forma reprovável, pelo suposto ofendido". "Em suma, não é a reação do Lucas que a Lei procura punir ou inibir, e sim a do Sr. Aloysio", rebate o advogado de Lucas.
Filho de idoso prestou depoimento
O filho de Aloysio, Bernardo Augusto da Costa, de 43 anos, foi ouvido na 14ª DP (Leblon), na quarta-feira (21). Na oitiva, Bernardo afirmou que, ao ir até o restaurante conversar com o gerente, para entender o motivo da confusão, foi intimidado por pessoas, entre elas funcionários e clientes do restaurante, com ofensas de forma agressiva. Ele disse ainda que precisou se retirar do local para "não ser agredido fisicamente".
Bernardo citou também as condições físicas e mentais do pai. Segundo o filho, Aloysio perdeu a visão total de um olho e enxerga parcialmente do outro, tem dificuldade de caminhar e está em um processo de demência.
Este diagnóstico também foi apresentado pela defesa do aposentado no último dia 14. No laudo, um médico afirma que Aloysio foi diagnosticado preliminarmente com demência e Alzheimer e, por isso, não tem condição para depor.
Ainda de acordo com o documento médico, os problemas de saúde comprometem a "capacidade de julgamento e tomada de decisões referentes aos atos da vida civil".
Relembre o caso
Aloysio, que mora em frente ao estabelecimento em que Lucas Rodrigues Neves trabalha, reclama, há meses, de um banco colocado próximo ao prédio, para que o segurança visualize melhor o entorno do restaurante. Em uma das ocasiões, o idoso foi filmado chamando Lucas de "neguinho". Aloysio disse, ainda, que o funcionário estava "favelizando" a calçada.
Em outro vídeo, o filho do idoso, também morador, aparece reclamando da presença de Lucas enquanto pedestres reprovam a atitude do homem, o chamando de racista.
Em nota, o restaurante Babbo Osteria afirmou que não tolera qualquer tipo de atitude preconceituosa e que no dia 15 de maio e 11 de junho foram feitos registros de ocorrência, "ambos denunciando atitudes racistas contra um de nossos colaboradores por parte de um vizinho".
O estabelecimento informou, ainda, que está tomando todas as medidas cabíveis para proteger e apoiar o funcionário. "Somos um restaurante que preza pelo respeito e não admitimos qualquer ato de preconceito na casa", finaliza a nota.
O chef do restaurante, Elia Schramm, disse que está dando todo o apoio necessário a Lucas. "Estamos cuidando para que ele tenha justiça e amparo emocional nesse momento, que é o mais importante", disse.
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