Entregador de aplicativo que está sofrendo ameaça de morte. Na foto, Léo Família saindo da 76DP com seus advogados.Cleber Mendes/Agência O Dia
Entregador por aplicativo tem prédio invadido e recebe ameaças em Niterói
Mensagens anônimas deixadas na motocicleta de Leonardo Pereira Formoso, de 37 anos, dizem que ele vai morrer
Rio - Um entregador de aplicativo denunciou ter recebido ameaças anônimas em Niterói, Região Metropolitana do Rio. Ao DIA, Leonardo Pereira Formoso, de 37 anos, conhecido como Léo Família, contou que passou a receber "recados" em abril deste ano e, por isso, não consegue trabalhar e garantir o sustento da família. O caso está sendo investigado na 76ª DP (Niterói), onde ele registrou um novo boletim nesta quarta-feira (28).
A primeira ameaça aconteceu no dia 28 de abril e o registro de ocorrência foi feito no dia 29 do mesmo mês. Segundo Leonardo, uma carta com os dizeres "Léo Família vai morrer, não chega em 2024. Sustenta" foi colocada dentro do baú de sua moto, que fica dentro do prédio onde mora. A segunda intimidação aconteceu nesta terça-feira (27), do mesmo modo. Diferente do início do ano, ele passou a temer alguma atitude e não saiu para trabalhar.
"Entraram no meu prédio tanto na primeira como na segunda vez. Eu até estava trabalhando como motoboy, mas depois da segunda ameaça não tem condições, estou parado. Minha esposa não trabalha, eu tenho três filhos, e meu bebê de 1 ano e 8 meses tem autismo. Eu necessito da ajuda de amigos para manter a minha casa, minha família está em desespero", disse o entregador, que é presidente do movimento 'Família 2 Rodas', que luta pelos direitos dos entregadores e mototaxistas de Niterói.
Questionado sobre alguma desavença que possa ter motivado a ameaça, o entregador acredita que seja uma retaliação ao trabalho que vem desenvolvendo no município. "Eu sempre lutei pela classe dos motoboys e sempre houve essa perseguição, mas não ameaça direta. Não posso afirmar quem fez, mas fizemos uma ação social na comunidade da Palmeira com isenção de documentação, apoio jurídico, doação de roupas, e três dias depois apareceu novamente uma ameaça".
"Se tentaram fazer isso para me frear, me parar, parar o movimento, não vão conseguir. A gente vai continuar lutando, eu vou continuar lutando. O intuito disso é tentar me parar, mas eu vou continuar lutando pelos direitos dos trabalhadores de Niterói", finalizou Leonardo, que teve apoio de outros entregadores na saída da delegacia.
*Colaborou Cléber Mendes.
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