Rio - Uma força-tarefa iniciou, na manhã desta quinta-feira (29), a remoção de cinco embarcações que estavam encalhadas na Baía de Guanabara. A operação é liderada pela PortosRio e integrada pela Capitania dos Portos, secretaria estadual de Energia e Economia do Mar, secretaria estadual de Ambiente e Sustentabilidade, Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e Prefeitura de Niterói nesta segunda fase da operação, que começou em 17 de maio. O objetivo é retirar 51 barcos abandonados em até 300 dias úteis.
Prevista para terminar em 25 dias, a ação, que ocorre sete meses após uma embarcação colidir contra a estrutura da Ponte Rio-Niterói, conta com o apoio de guindastes e acontece no Cais 88 da Ilha da Conceição, em Niterói, na Região Metropolitana.
O presidente do PortosRio, Álvaro Sávio, comentou sobre o processo de remoção. "Vamos retirar todas as embarcações listadas no relatório e transformar a Baía de Guanabara em um ambiente saudável. Foram utilizados mergulhadores, balsas com barreira de contenção e guindastes para retirar as partes maiores e mais pesadas", explicou Sávio.
Todos os cascos são de madeira, sendo que dois estavam submersos na Baía e, devido ao estado estrutural, não é possível identificar o tempo e nem o tipo de embarcação.
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O secretário estadual de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal, explicou as consequências desses cascos abandonados. "Essas embarcações dificultam o acesso dos barcos de pesca ao cais, diminuindo a área de atracação e obrigando os pescadores a esperar mais tempo para conseguir descarregar seus barcos", afirmou Hugo.
Na primeira fase da força-tarefa, um barco abandonado com mais de 22 metros de comprimento foi colocado em caçambas de lixo e levado para um local de descarte. De acordo com a Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar (Seenemar) e o Instituto Estadual de Ambiente (INEA), a previsão é que todos os barcos abandonados sejam removidos até outubro.
Aníbal Rodrigues de Souza, de 57 anos, começou a pescar aos 15 e hoje tem seu próprio barco. Ele conta que a retirada das cinco embarcações abandonadas no cais vai agilizar o descarregamento e tornar o trabalho dos pescadores mais seguro.
"Hoje, uma parte importante do cais não pode ser utilizada devido às embarcações encalhadas. Com isso, a gente perde horas com o peixe no barco para descarregar. E quando a maré está mais alta e agitada, por exemplo, é difícil manobrar por conta do risco de acidente. Se um barco de madeira se chocar com um mastro de um dos barcos encalhados, o prejuízo será grande", disse o pescador.
Após a colisão do cargueiro São Luís, em novembro de 2022, autoridades portuárias deram início a um levantamento para investigar a situação dos navios atracados próximos à Ponte.
Ainda segundo a Capitania dos Portos, as embarcações fundeadas ao norte da Ponte Rio-Niterói não encontram-se abandonadas e estão regulares, com tripulações completas. A Capitania informou, também, que eles aguardam, por questão operacional, um tempo para conseguir vaga no Porto do Rio.
Susto para motoristas
No início da noite do dia 14 de novembro, o cargueiro São Luís colidiu com um dos pilares que sustentam a Ponte. A embarcação de mais de 200 metros estava fundeada na Ilha do Governador, na Zona Norte, e se desprendeu após fortes rajadas de vento.
A via ficou interditada por cerca de três horas até o resultado final da análise de risco feita pelos engenheiros responsáveis. O navio estava ancorado na Baía há seis anos e a corrosão das amarras pela ação do tempo influenciaram no acidente.
*Reportagem do estagiário Leonardo Marchetti, sob supervisão de Raphael Perucci
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