População de Rua também quer ser ouvida! Reprodução
“Isabele, quando ele se aproximou de mim, eu confesso que, como a maioria das pessoas, me assustei. Já era de noite, e na hora pensei ‘vai me pedir algo’. Queimei a língua! Ele só queria bater-papo, e acredite, falava sobre tudo e muito bem.”
Ontem, em mais uma correria de trabalho, conversando com meu produtor e colaborador desta coluna Igor Peres, ele veio me contar sobre um senhor em situação de rua, com quem conversou por quase uma hora num ponto de ônibus próximo ao Maracanã…
Senhor não, porque, segundo o Igor, ele devia ter uns 40 anos, no máximo… Um homem nas ruas, maltratado pela desigualdade social, de pés descalços e com dois sacos abarrotados de latas para vender em ferros-velhos da cidade.
“Muitos saíram de perto quando ele chegou, por estar mal-vestido e também com um odor forte de suor… Mas ele tava trabalhando, sabe? Então começamos a conversar… Infelizmente não perguntei seu nome, mas ele me falou sobre as vendas das latas, que consegue tirar um dinheirinho bom, falou sobre os desafios, o preconceito, e também sobre o perigo das ruas. Contou que ficou internado 20 dias no Souza Aguiar depois de cair e bater a cabeça no meio-fio, culpa da sua dependência pelo álcool”, detalhou Igor.
Na conversa, outro ponto que chamou a atenção foi o cuidado desse rapaz com a vida sexual nas ruas… Disse que se relaciona com muita gente na mesma situação, mas sempre com preservativo. Se preocupa em pegar HIV!
“Tô sempre indo ao posto pegar (camisinha). Não é porque eu tô na rua, que eu vou dar mole. O vício no álcool ainda não me matou, então não tem por que eu morrer de outra coisa”.
Aliás, Igor disse que ele não parava de falar sobre o vício… Contou que era sua fuga dos problemas, mas que gostaria de vencer.
Mas por que eu tô contando isso tudo aqui pra vocês? Porque vale muito a reflexão…
Ele tinha todos os motivos para chegar, pedir uma esmola, e seguir a vida, mas não… Com a sua educação, puxou uma conversa e desabafou sobre a vida… Uma rotina que a gente já tá cansado de ver por aí, e que quase sempre passa batido…
Igor, que esperava o busão pra ir pra casa, assim como todo jornalista deveria e deve fazer, só deu aquilo que ele queria: ouvidos e voz!
Pra terem noção, a educação dele era tão grande que até o motorista do mesmo ônibus que o meu produtor entrou, deixou ele entrar com as sacolas enormes… De carona.
“Meu jovem, agora eu vou ficar aqui atrás, tá? Não vou mais te incomodar, você deve estar cansado do trabalho. Bom que eu desço mais rápido”, disse ele, se despedindo. Que lição. Isso é empatia!
Num Brasil de invisíveis, onde os direitos não são garantidos e muito menos respeitados, as pessoas nesta situação, em muitos casos, só querem isso: serem ouvidas! E que assim seja.
Ontem, em mais uma correria de trabalho, conversando com meu produtor e colaborador desta coluna Igor Peres, ele veio me contar sobre um senhor em situação de rua, com quem conversou por quase uma hora num ponto de ônibus próximo ao Maracanã…
Senhor não, porque, segundo o Igor, ele devia ter uns 40 anos, no máximo… Um homem nas ruas, maltratado pela desigualdade social, de pés descalços e com dois sacos abarrotados de latas para vender em ferros-velhos da cidade.
“Muitos saíram de perto quando ele chegou, por estar mal-vestido e também com um odor forte de suor… Mas ele tava trabalhando, sabe? Então começamos a conversar… Infelizmente não perguntei seu nome, mas ele me falou sobre as vendas das latas, que consegue tirar um dinheirinho bom, falou sobre os desafios, o preconceito, e também sobre o perigo das ruas. Contou que ficou internado 20 dias no Souza Aguiar depois de cair e bater a cabeça no meio-fio, culpa da sua dependência pelo álcool”, detalhou Igor.
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“Tô sempre indo ao posto pegar (camisinha). Não é porque eu tô na rua, que eu vou dar mole. O vício no álcool ainda não me matou, então não tem por que eu morrer de outra coisa”.
Aliás, Igor disse que ele não parava de falar sobre o vício… Contou que era sua fuga dos problemas, mas que gostaria de vencer.
Mas por que eu tô contando isso tudo aqui pra vocês? Porque vale muito a reflexão…
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“Meu jovem, agora eu vou ficar aqui atrás, tá? Não vou mais te incomodar, você deve estar cansado do trabalho. Bom que eu desço mais rápido”, disse ele, se despedindo. Que lição. Isso é empatia!
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PINGO NO I
Olha que oportunidade ótima!
Para celebrar o mês do orgulho LGBTQIAPN+, o curso preparatório online para o ENEM, a Filadd, está oferecendo bolsas gratuitas para pessoas transgênero ou não binárias no Brasil, ainda para o vestibular deste ano.
As vagas são ilimitadas, e é superfácil se inscrever… Só entrar no site filadd.com.br.
Uma ação maravilhosa, e muito representativa, ainda mais que nós estamos falando de um grupo de mais de 4 milhões de pessoas em todo o Brasil… No país onde mais se mata pessoas trans e lgbts no mundo! Além de dar não qualquer oportunidade, pelo contrário, só marginaliza!
Todo mundo tem o direito de estudar, de se capacitar, e é essa a intenção: Incluir a todos, numa plataforma completa com aulas e simulados…
Que todo curso e empresa siga essa iniciativa. Não só por conta de um mês em especial, mas por toda a vida! Ou melhor, vidas.
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Que todo curso e empresa siga essa iniciativa. Não só por conta de um mês em especial, mas por toda a vida! Ou melhor, vidas.
TÁ BONITO!
Passou rápido pra caramba… Amanhã, a coluna Isabele Benito completa 4 anos!
E o sentimento por aqui é de pura gratidão. Essa colunista tem muito orgulho de escrever toda segunda, quarta, e sexta para vocês leitores…
Sempre na cobrança por um Rio mais justo, com mais perspectivas e principalmente mais atenção e dignidade para a população de todo o Estado.
O coração tá em festa! Muito obrigada por tanto carinho e amor, meu povo. E não esqueçam nunca: somos um time que acredita no Rio!
Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito… Bora continuar na luta, sempre de olho, e tenho dito!
Sempre na cobrança por um Rio mais justo, com mais perspectivas e principalmente mais atenção e dignidade para a população de todo o Estado.
O coração tá em festa! Muito obrigada por tanto carinho e amor, meu povo. E não esqueçam nunca: somos um time que acredita no Rio!
Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito… Bora continuar na luta, sempre de olho, e tenho dito!
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