Homem está preso há 20 dias no Presídio ISAP Tiago Teles de Castro Domingues, em São GonçaloReprodução

Rio - Um mecânico está preso injustamente há 20 dias no Presídio Tiago Teles de Castro Domingues, no Complexo Penitenciário de Guaxindiba, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, depois de ser confundido com um homem que tem o mesmo nome que ele. A Justiça de Pernambuco expediu um alvará de soltura contra ele nesta terça-feira (4), mas ainda não houve a liberação.
Manoel Messias da Silva, de 58 anos, morador de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi detido no dia 15 de junho por agentes da 58ª DP (Posse) em uma ação para cumprir um mandado de prisão com o seu nome. Contudo, o homem foi preso erroneamente por ser homônimo de um acusado de furtar uma égua em um sítio na cidade de Sairé, em Pernambuco, no ano de 1999.
O documento da Polícia Civil de Pernambuco mostra o acusado com nomes da filiação de pai e mãe diferentes do mecânico. Desta maneira foi possível comprovar a inocência de Manoel.
Nesta terça-feira (4), o Tribunal de Justiça do Estado do Pernambuco (TJPE) julgou um habeas corpus protocolado pela defesa do mecânico que pedia a sua soltura com a justificativa do cliente não ser o homem acusado. Após identificar que houve um erro, o TJPE expediu o seu alvará de soltura.
Porém, questões burocráticas impediram a saída de Manoel da cadeia nesta quarta-feira (5). Segundo o advogado Hamilton Arcênio da Conceição, o documento ainda não chegou ao presídio onde o mecânico está detido.
"O juiz de Pernambuco mandou um alvará pro Rio para o poder Judiciário. Eles estão tentando localizar onde está esse alvará. Eu falei com eles e falaram que mandaram para a Polinter. Está uma burocracia danada. Vamos ver se conseguimos vencer isso aí para poder soltar ele", disse.
Luana Cristina Floquet, filha de Manoel, não vê a hora de ter o pai em casa novamente. Morando em São Paulo, ela contou que veio ao Rio para ajudar a mãe e o irmão em busca de agilizar o processo de soltura.
"É horrível estar passando por isso. Ver o meu pai nessa situação sabendo que ele é inocente. Juntando todas as provas e ver ele passar por uma situação dessa. Mesmo com um mandado de soltura, ele está lá mais uma noite. É muito difícil para a família. Nós só queremos que ele saia de lá para que a gente possa cuidar dele, da saúde dele, ver ele bem e em casa para depois a gente pensar em qualquer outra coisa. O que a gente mais quer nesse momento é que ele esteja em casa. Quando você vê uma pessoa presa injustamente, ainda mais sendo o seu pai, é devastador. Hoje não saiu, mas estamos na expectativa de amanhã ele sair e ser o dia da nossa vitória", discursou a filha.
Questionados sobre o assunto, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) e a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) não responderam sobre a soltura de Manoel. O espaço está aberto para manifestação.