Monique Medeiros, saindo da 16 DP, na Barra. Nesta Quinta-Feira (06).Marcos Porto/Agência O Dia

Rio - Monique Medeiros, ré ao lado do ex-vereador Dr. Jairinho pelo processo da morte do próprio filho, Henry Borel, voltou a ser presa na manhã desta quinta-feira (6) após decisão do ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STF) Gilmar Mendes. A acusada estava respondendo o processo em liberdade desde agosto do ano passado.

A prisão foi realizada por agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca), que foram até a casa da mãe de Monique, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, onde ela morava desde que foi solta.

O pedido para o fim da liberdade da ré foi solicitado pela defesa do pai do menino, Leniel Borel, que questionava a decisão liminar.
Na determinação, o ministro defendeu que o entendimento do STJ que liberou Monique "não apenas se divorcia da realidade dos autos, como também afronta jurisprudência pacífica" do STF. Ainda segundo o Mendes, não é possível concordar com a afirmação de que a prisão da ré teria sido "decretada apenas com base na gravidade abstrata do delito".
Após a decisão, Leniel comemorou que a Justiça está sendo feita. "É imprescindível a prisão da Monique uma vez que ela foi pronunciada pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, tortura e coação no curso do processo. Esta criminosa em liberdade é um risco para a instrução que será realizada no dia do Júri popular, já que está provado que ela é useira e veseira em coagir testemunhas, inclusive tentado me coagir desde a morte do meu filho por meio de redes sociais", disse.

O pai do pequeno Henry ainda agradeceu a Corte pela decisão. "Esse recurso extraordinário é uma vitória para todas as vítimas do Brasil, que estão sendo anuladas no processo judicial. Hoje, vimos o eminente Ministro Gilmar Mendes fazendo justiça pelo meu filhinho e todas as crianças do Brasil", finalizou.
Monique e Jairinho são réus no processo que julga a morte por torturar do menino Henry Borel, de 4 anos, na madrugada do dia 8 de março de 2021.
Procurada, a defesa da ré informa que recebe a decisão do ministro com respeito, mas destaca que apresentará esclarecimentos, pois a decisão foi pautada em um descumprimento de medida cautelar inexistente. "Monique não utilizou as redes sociais quando proibida, além de não ter ameaçado qualquer testemunha no momento da prisão domiciliar. Estes fatos já foram esclarecidos há tempos, tratando-se de fake news", disse em nota.
Relembre o caso
Na madrugada do dia 8 de março, Henry Borel chegou a um hospital da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, com manchas roxas em várias partes do corpo e o laudo da perícia apontou que a morte dele foi provocada por laceração hepática.
O caso foi investigado pela 16ª DP (Barra da Tijuca) que concluiu, em maio do mesmo ano, que Jairinho agredia a criança. Os exames do IML apontaram 23 lesões no corpo da criança.
O inquérito também revelou que Monique sabia que o filho vinha sendo vítima do padrasto, mas se omitia. O ex-vereador e a mãe da criança foram indiciados por homicídio duplamente qualificado.