Júlio César Mikaloski, sargento do Exército Brasileiro, e Sidney Lins dos Santos Junior, militar da Marinha, foram torturados e queimados vivosReprodução/Redes Sociais

Rio - A motivação do crime que vitimou os sargentos do Exército e Marinha, Julio Cesar Mikaloski e Sidiney Lins dos Santos, mortos e carbonizados em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, em dezembro do ano passado, teria sido patrimonial, segundo o delegado, Milton Siqueira Júnior da 125ª DP (São Pedro da Aldeia). Ao DIA, o titular da distrital confirmou que os autores dos assassinatos visavam bens valiosos que estavam com os militares. 
"Na hora que os dois militares [Julio e Sidiney] estavam bêbados dentro da boate, uma das donas ligou para o Aleksander informando o seguinte: 'olha tem dois caras aqui que parecem ser alguma coisa boa'. O que parece ser uma coisa boa? Eles estavam com relógios, anéis, um cordão grosso e estavam armados. Com isso, os acusados para o local", revelou Siqueira.
Ainda segundo o delegado, após Aleksander, Luis Marcelo e Marcos terem chegado ao local e abordado os militares, houve troca de tiros entre eles. Sidiney e Julio foram mortos dentro da boate e tiveram seus corpos levados pelos criminosos do estabelecimento. Aleksander saiu do local dirigindo o veículo onde os corpos das vítimas foram carbonizados e Marcelo dirigindo um Peugeot azul.
Relembre o caso

Os sargentos Sidiney e Julio foram encontrados mortos carbonizados no interior de um carro na Estrada da Caveira, em São Pedro da Aldeia, município da Região dos Lagos, no dia 3 de dezembro. De acordo com as investigações, os militares, que eram amigos, estavam em Cabo Frio desde o dia anterior pela manhã. Eles viajaram para assistir ao jogo do Brasil na Copa do Mundo, contra o Camarões.

Logo após a partida da seleção brasileira, Sidney e Júlio César seguiram para uma casa de prostituição localizada no bairro Vinhateiro, já em São Pedro da Aldeia. Conforme o GPS do veículo em que os militares estavam, eles permaneceram no local por cerca de 6 horas. O último lugar marcado pelo rastreador foi a Estrada da Caveira, cerca de 17 minutos de distância do prostíbulo.
Ainda no ano passado, a 125ª DP (São Pedro da Aldeia) identificou os autores das mortes dos sargentos como os policiais militares Aleksander Amorim da Silva, Marcos Paulo Tavares, lotados no 25°BPM (Cabo Frio), e Luis Marcelo Amorim, primo de Aleksander. Os PM estão presos preventivamente desde março deste ano, já Marcelo permanece foragido.

Durante as investigações, a equipe da 125ª DP coletou imagens de câmeras de segurança, que identificaram um veículo seguindo o automóvel das vítimas, que seria o carro onde Marcelo estava. Os agentes também analisaram as linhas telefônicas dos acusados e encontraram conversas entre uma das proprietárias da boate e Aleksander.
A perícia também localizou manchas de sangue na casa noturna, inclusive, em uma vassoura, indicando que a cena do crime havia sido limpa. Pelo envolvimento, as responsáveis pelo estabelecimento respondem por fraude processual.
A equipe da 125ª DP também cumpriu mandados de busca e apreensão e arrecadou as armas de fogo dos policiais e telefones celulares. O carro utilizado para a locomoção dos acusados ao local em que as vítimas foram carbonizadas também foi apreendido.
A Polícia Civil segue em diligências para tentar localizar Marcelo, terceiro envolvido nas mortes, que permanece foragido.