Com o QR vai ser possível identificar se o veículo e o taxista estarão em dia com a documentaçãoDivulgação / Prefeitura do Rio

Rio - Cerca de 39 mil taxistas que circulam no estado do Rio, sendo 33 mil só na capital, estarão utilizando o QR Code como forma de identificação de seus veículos a partir desta terça-feira (11). A implantação do novo sistema será feita pelo secretário da Casa Civil, Nicola Miccione, na sede do Instituto de Pesos e Medidas do Rio de Janeiro (IPEM/RJ), na Rua Padre Manoel de Nóbrega, 539, em Piedade, às 10h.

Para receber o QR Code, o motorista terá que fazer a vistoria anual do taxímetro. O serviço deve ser agendado pelo site do Ipem. Os taxistas que já realizaram o serviço terão até o fim do ano para retornar a sede e efetuar a troca pelo novo documento sem nenhuma burocracia e totalmente gratuito.

O novo sistema promete dar maior segurança e confiabilidade aos usuários que terão a certeza de estarem sendo transportados por um veículo e um profissional totalmente regularizados; o que evitará possíveis fraudes ou falsificações na confecção dos certificados, além de facilitar a identificação de táxis piratas durante as blitzes do órgão.
O taxista Alexandre Madureira, 52 anos, que trabalha no ramo há 30 anos, disse ao DIA, que essa é uma excelente mudança para a categoria.
"Isso é tão bom pra gente quanto para a população. Esse QR Code vai identificar os motoristas com um simples toque na tela do celular, ele vai identificar o taxista por completo, nome, endereço, carteira de habilitação, além dos dados do carro e isso traz mais segurança para população. Nós gostamos bastante", comentou.
Já o diretor do Sindicato dos Taxistas Autônomos do Município do Rio, Gustavo Goulart, acredita que apesar da medida trazer uma transparência para os usuários, ela foi mal informada e pode acabar prejudicando a categoria.

"A gente aqui do sindicato não foi procurado para discutir a questão, eu não vi nenhum representante de classe ser procurado. Eu acredito que seja só mais uma medida que vai atrapalhar o taxista, apesar de eu concordar que qualquer transparência para o passageiro é bem-vinda, a gente tinha que discutir isso, não poderia ser feito desta maneira, vai ser só a questão do taxímetro? Ou engloba tudo? O que parece é que fizeram alguma coisa só pra dizer que estão fazendo algo pela categoria", explicou.

Gustavo disse ainda que a mudança repentina faz os motoristas perderem dias de trabalho para a regularização. "Nós temos a questão de que a vistoria do taxímetro já começou, então tem taxista que já parou pra ir lá no Ipem e vai ter que parar mais uma vez. Então tudo isso só acaba atrapalhando, são medidas que não se sustentam, a gente precisaria de uma centralização de vistorias, fazer isso logo no início do ano, discutir como fazer, porque o taxista acaba perdendo dias de trabalho várias vezes e por que agora? Já passamos da metade do ano. Muitos taxistas que rodam no Centro, Zona Sul, vão ter que ir lá em Piedade, não é isso que o táxi realmente precisa", comentou.

Em contrapartida, o diretor esclarece que o que a categoria realmente espera é o crédito prometido pela AgeRio. Após aprovado na Alerj, o governador Cláudio Castro assinou em abril o decreto regulamentando a lei 9.835/22, que cria a linha de crédito de até R$ 80 mil para taxistas, exclusivamente para a renovação da frota.

"A classe está ansiosa por aquele apoio financeiro, isso sim daria um certo alívio, porque isso foi prometido, recebemos mensagens todos os dias sobre isso. Cadê a verba para liberação? Para contemplação do taxista? Isso realmente ajudaria a categoria", finalizou.
 
Procurada, a Agência de Fomento do Estado do Rio (AgeRio) disse que está em tratativas operacionais e jurídicas para operacionalizar o CrediTaxi. "A linha de crédito está ligada a recursos de Fundos Públicos e a Agência precisa atuar de acordo com preceitos legais para que possa avançar nas próximas etapas, até a liberação da verba", explicou a Agência.