Renúncia fiscal está na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias Beatriz Perez
De autoria do Poder Executivo, a lei publicada em edição extra do Diário Oficial nesta terça-feira, isenta os templos e casas beneficentes até 31 de dezembro de 2032. As empresas de energia e gás deverão indicar, nas faturas de pagamento, que a prestação ou a operação está amparada pela isenção de ICMS, além de disponibilizar um modelo de requerimento de isenção através de sites na internet e nas lojas físicas.
O governador Cláudio Castro afirmou que a isenção vai chegar aos templos na conta de outubro, referente ao mês de setembro. Entre agosto e setembro, a Secretaria de Estado de Fazenda vai fazer o cadastro das instituições religiosas e beneficentes que terão direito ao benefício.
"Vai ter uma força-tarefa da Secretaria de Fazenda para atender os templos religiosos. Não é um benefício, é uma justiça fiscal que está sendo feita hoje", declarou Castro.
Um dos presentes no tablado ao lado do governador, o deputado estadual Samuel Malafaia (PL), irmão do pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, afirmou que a cobrança de impostos em igrejas é inconstitucional.
"A Constituição Federal de 88 e a Estadual de 89 estabeleceram a proibição de cobrar qualquer imposto de templos religiosos de qualquer religião. Durante esse tempo, todos nós estamos batalhando para que tivéssemos essa isenção nas igrejas do ICMS que é uma carga grande, de 20%. Agora é lei: as igrejas não vão mais pagar ICMS nem de luz, água ou gás por 10 anos", comemorou.
O pastor e humorista cristão Eloi Oliveira, conhecido pelo bordão "Que isso, varão?", tirou fotos com os convidados e afirmou que o dia é importante para a sua igreja, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec), da Posse, em Nova Iguaçu. "É um dia muito importante para nossa igreja. Não só para nossa, mas para todas. Essa assinatura vai servir bastante. Não vai mais ter aquela cobrança e aquela coisa de ter que desligar o ar-condicionado por que a conta vai vir cara. Eu estou muito feliz e vamos que vamos avançar", afirmou.
O padre Vitor Pereira, membro da comissão de juristas inter-religiosos, idealizada pelo cardeal Dom Orani Tempesta afirmou que a lei é um pleito de mais de dois anos. "É um esforço comum de várias organizações religiosas e algumas entidades beneficentes no reconhecimento do papel social que cumpre para a população fluminense. Houve muitas barreiras jurídicas que foram sendo vencidas", afirmou.
O governo ressaltou que o benefício foi autorizada pelo Convênio ICMS nº 68/2022, do Conselho Nacional de Política Fazendária. A renúncia fiscal não atingirá as metas orçamentárias de 2023, assim como está sendo inserida na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024.
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