Ana desapareceu da casa dos tutores em MaricáArquivo Pessoal

Rio - Uma família tenta recuperar uma cachorrinha que desapareceu há quase dez dias, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio. Os tutores João de Sá, de 51 anos, e Dilméia de Sá, 51, acreditam que a buldogue francesa Ana tenha sido levada do quintal de casa, no bairro Ubatiba, na tarde do dia 3 de julho, e vendida por meio de uma plataforma de anúncios online, menos de 24 horas após o seu sumiço. Eles afirmam que por ser um animal dócil, pode ter sido fácil levá-la. 
Segundo a nutricionista Jeniffer de Sá, 29, os pais trabalham em casa com a produção de bebidas artesanais e a cadela costuma ser ativa e ficar perto deles. Por volta das 15h do dia do desaparecimento, Dilmeia estranhou que a Ana estava quieta há muito tempo e foi procurá-la para a deixar em uma área de serviço mais segura, já que o casal precisava sair. Após tentar encontrar a cachorrinha pela casa, eles passaram a buscar pelas ruas próximas e em terrenos vazios, mas não acharam. 
Ainda de acordo com a filha, na tarde seguinte, quando procurava pelo paradeiro de Ana na internet, sua cunhada encontrou o anúncio de um vendedor de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, de uma buldogue francesa por R$ 800. A família conseguiu identificar que se tratava dela por conta das manchas da cachorrinha, que é branca, mas tem o rosto 'mascarado', além uma mancha no fucinho, que remete a um bigode, e outras na barrigada e patas. "A foto que a pessoa postou (do animal) era ela, com certeza é ela", afirmou Jeniffer. 
Cadelinha Ana (E) e o anúncio da buldogue (D) - Reprodução
Cadelinha Ana (E) e o anúncio da buldogue (D)Reprodução
A família registrou o caso na 82ª DP (Maricá) ao mesmo tempo em que a nutricionista entrava em contato com o vendedor, se passando por uma compradora. Para tentar convencer o anunciante, ela chegou a dizer que tinha um irmão especial que se apaixonou pelo animal assim que viu as fotos, porque tinha perdido o dele há pouco tempo. Inicialmente, eles chegaram a combinar a entrega para o sábado (8) e depois durante a semana, e o homem afirmou que tiraria o anúncio da plataforma.
Enquanto estavam na delegacia, o irmão de Jeniffer também fez contato com o vendedor, que chegou a dizer que havia uma compradora na frente, e cerca de uma hora depois, o bloqueou. Ao tentar falar com ele novamente, a mulher percebeu que também havia sido bloqueada. No dia seguinte, um amigo da família fez contato com o anunciante e descobriu que a cadela já havia sido vendida. Desde então, eles não tiveram mais notícias sobre o paradeiro de Ana. 
"A gente já não sabe quem foi que comprou, não podia perguntar, porque senão ele saberia que estamos atrás dele, foi aí que a gente perdeu total notíciais dela (...) Faz uma semana que a gente está nessa perturbação, não come direito, não dorme direito, meu pai principalmente, porque ele é o dono real dela, então está bem difícil. Mas, esperança a gente ainda não perdeu", desabafou a nutricionista, que contou ainda que passaram a buscar por câmeras de segurança das casas de vizinhos e da Prefeitura de Maricá, tendo as imagens da última solicitadas pela Polícia Civil. 
Os tutores da cadela também descobriram a operadora telefônica que o vendedor usava e pediram à delegacia que solicitasse os dados dele junto à empresa, mas ainda não tiveram novidades. A Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento. Eles então decidiram realizar uma campanha nas redes sociais para tentar informações sobre o paradeiro da cachorra e, possivelmente, de quem a comprou. Após divulgarem seus contatos, eles receberam uma ligação afirmando que Ana estava com criminosos em uma boca de fumo e pediram dinheiro para devolvê-la. 
Segundo Jeniffer, a cadelinha de 1 ano e oito meses não é um apenas um animal de estimação, mas um membro da família. "A gente tem muito medo que a pessoa que tenha comprado, seja uma pessoa de coração ruim, que vai usar ela só para procriação, que não vai cuidar dela, o que a gente mais vê são casos assim. A Ana, realmente, é como se fosse um membro da família, como se fosse minha irmã caçula. Quando meu pai a ganhou, fez uma pegadinha comigo, dizendo que tinha descoberto uma filha fora do casamento, então, é como se fosse filha do meu pai, mesmo", declarou Jeniffer. 
Os familiares não acreditam que a cadela tenha fugido e relatam que ela costumava deitar na frente do portão de casa, que é vazado, para ficar observando os outros cachorros da rua e que pode ter sido nesse momento em que ela foi levada. A cachorrinha não utiliza coleira, mas tem microchip desde que nasceu, com seus dados e dos tutores, e o sistema já tem registrado que ela está desaparecida. Quem tiver informações sobre o paradeiro de Ana pode entrar em contato com João (21 999072695); Dilmeia (21 967802277); Jonathan (21 972839256); Jeniffer (21 982455877) e João Marcos (21 982656340).
"O apelo que eu faço é que, por favor, dêem, pelo menos, notícias dela, porque a gente está mais preocupado em saber se ela está bem. A gente quer muito a Ana de volta, mas a gente quer saber se ela está bem, se está viva, se não fizeram nenhuma maldade com ela. A gente quer notícias, a gente não quer prejudicar a pessoa que comprou, nem a pessoa que levou, a minha família só quer a Ana de volta", afirmou Jeniffer.