Após ser preso no Vidigal, Bruno Rodrigues chegando na Cidpol para ser ouvido. Nesta Quinta-Feira (15).Marcos Porto/Agência O Dia

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) prorrogou por mais 30 dias, nesta quinta-feira (13), a prisão temporária do produtor Bruno de Souza Rodrigues, principal suspeito da morte do ator Jeff Machado. A decisão foi do juiz Guilherme Schilling da 1ª Vara Criminal do Rio. O artista foi encontrado morto dentro de um baú enterrado e concretado em uma casa, em Campo Grande, na Zona Oeste, no dia 22 de abril.
O advogado da família do ator, Jairo Magalhães, revelou ao DIA que Bruno, antes de ser preso, estaria entrando em contato com testemunhas que ainda seriam interrogadas pela Polícia Civil. Com o inquérito policial em andamento e testemunhas que faltam serem ouvidas, a prisão de Bruno foi prorrogada, dessa forma, evitando sua interferência.
"Nós e a família recebemos com plena satisfação e certeza a manutenção dessa prisão. Agora aguardamos o término dessa investigação e o encaminhamento do relatório final da autoridade policial, com a representação pela prisão preventiva do Bruno. É isso que esperamos, confiando na Justiça do nosso estado", disse.
Bruno foi preso no dia 15 de junho, no Morro do Vidigal, Zona Sul da cidade, durante uma operação conjunta com a Polícia Civil. Ele responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, estelionato e maus-tratos de animais. Outro envolvido, o garoto de programa Jeander Vinícius da Silva Braga, foi preso no dia 2 de junho.
O produtor de TV permanece preso na cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte.
Relembre o caso
O ator Jeff Machado foi dado como desaparecido no dia 27 de janeiro. O alerta se acendeu após familiares receberem relatos de uma ONG avisando que os cães do ator estariam soltos na rua. O caso passou a ser investigado pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). Antes de sumir, o ator teria avisado que faria uma viagem de trabalho para São Paulo.
Após meses de investigação, o corpo do ator foi encontrado dentro de um baú enterrado e concretado dentro de uma casa em Campo Grande, Zona Oeste. O imóvel foi alugado pelo produtor em dezembro do ano passado, um mês antes do desaparecimento do ator.

Desde o encontro do cadáver, a suspeita sobre Bruno foi aumentando. O produtor teria ficado com a chave da casa de Jeff e com alguns pertences depois do desaparecimento, o que chamou atenção dos investigadores. Segundo a DDPA, o suspeito tentou vender a casa e o carro do ator, mas não conseguiu. Bruno teria, ainda, enganado a vítima com a promessa dele estrelar uma novela, pedindo uma quantia de R$ 20 mil, que foi paga por Jeff.
Uma fatura bancária do ator entregue à Polícia Civil indicou que o cartão de crédito de Jeff foi usado após o seu desaparecimento. De acordo com o boleto de fevereiro de 2023, foram feitas quatro transações entre os dias 23 e 26 de janeiro, mesmo período em que a investigação acredita ter ocorrido a morte do ator. A movimentação suspeita é de R$ 5.392,02.
Uma outra prova incluída no inquérito foi uma multa recebida pelo carro de Jeff no período em que ele estava desaparecido. A distância entre o local onde o veículo foi multado e a casa em que o corpo do ator foi encontrado é de 12km. Diante das provas juntadas, a DDPA pediu a prisão dos dois suspeitos. Inicialmente, apenas Bruno era considerado o autor do crime, mas os investigadores identificaram que Jeander também estava envolvido.