Rebecca Ângelo foi vista pela última vez em maio, quando saiu de Maricá para uma festa no RioReprodução/Redes Sociais

Rio - A Polícia Civil investiga o desaparecimento de uma mulher trans moradora de Maricá, na Região Metropolitana do Rio, há cerca de dois meses. Rebecca Ângelo, de 21 anos, não vivia com a família e os parentes não conseguiam contato com ela desde junho, mas só descobriram sobre seu sumiço no último domingo (16), em uma publicação feita em suas redes sociais. Um boletim de ocorrência foi registrado, nesta segunda-feira (17), na 82ª DP (Maricá).

A irmã, que preferiu não se identificar, soube da publicação no perfil de Rebecca e fez contato com quem estava usando suas redes sociais, mas a pessoa não se identificou, dizendo ser apenas uma amiga da desaparecida. "Perguntei quem era que estava usando a redes sociais para fazer esse comunicado e a pessoa respondeu: 'uma amiga', mas não se identificou. Ela disse que tinha acesso ao Instagram, porque tinha ficado no celular dela", disse a familiar.
Desaparecimento de Rebecca foi comunicado no último domingo em suas redes sociais - Reprodução/Redes Sociais
Desaparecimento de Rebecca foi comunicado no último domingo em suas redes sociaisReprodução/Redes Sociais
Segundo o relato, a jovem saiu de casa para ir a uma festa na cidade do Rio, no dia 30 de maio, e chegou a publicar fotos do evento mas, desde então, não foi mais vista. Ainda de acordo com a irmã, elas costumavam se falar por meio de mensagens, mas, no último dia 20, ao comunicar à Rebecca sobre a cirurgia da mãe, não teve respostas. Desde então, a família perdeu o contato com a desaparecida e não teve mais notícias sobre ela. 
A irmã afirmou ainda que a jovem vinha enfrentando problemas por conta dívidas que não teria pago. Rebecca chegou a receber cobranças de uma mulher, que também fez uma publicação, em março deste ano, relatando que ela a estava devendo há nove meses. Em um dos cometários, há um cartaz em alusão ao do Disque Denúncia, que pede informações sobre criminosos, com a foto de Rebecca e a chamando de caloteira. Em outro, uma pessoa sugere levá-la para uma boca de fumo, que a situação seria resolvida rápido. 
"Eu só queria que estivesse bem, que entrasse em contato com a gente. Se estiver vendo as reportagens que estão sendo publicadas, entre em contato comigo ou com a minha outra irmã, para informar se está bem, se não está. Eu e minha família estamos pensando pelo lado positivo e negativo. Não estou dizendo que o anúncio tem a ver com o sumiço, porque já tem algum tempo, mas a maldade do ser humano é muito grande", declarou a irmã.
Ainda não se sabe se o desaparecimento de Rebecca tem relação com as suas supostas dívidas. Procurada, a Polícia Civil informou que a 82ª DP (Maricá) abriu um procedimento, realiza diligências para localizar a vítima e a investigação está em andamento para esclarecimento do caso. "Familiares e amigos estão sendo ouvidos e os agentes estão em busca de imagens de câmeras de monitoramento", completou a nota.