O ex-governador Sérgio Cabral ao lado do presidente da União Cruzmaltina, Rodrigo BrandãoReprodução

Rio - O ex-governador Sérgio Cabral, condenado pela Lava Jato a mais de 400 anos de prisão, será homenageado no enredo da escola de samba União Cruzmaltina para o carnaval de 2024. Em teaser, revelado pela agremiação da Série Prata, nesta quinta-feira (18), são citados feitos durante a gestão de Cabral entre 2007 e 2014. Enredo será oficialmente lançado no domingo (24).


Com desfile marcado para a Intendente Magalhães, a agremiação ligada a torcedores do Vasco da Gama, deve citar a criação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o teleférico do Alemão, a linha 4 do metrô e também as Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

Segundo o presidente da agremiação, Rodrigo Brandão, o tema sobre a gestão do ex-governador foi escolhido a partir de uma ideia de trazer temas atuais para à avenida.

"A decisão de fazer o governador Sérgio Cabral se dá através do novo módulo de trabalho da agremiação, onde o nosso objetivo é trazer o diálogo sobre temas atuais. A agremiação percorrerá toda trajetória de vida do governador. Desde a infância, passando pelo jornalismo e adentrando em sua vida política", explicou Brandão.

Logo que foi compartilhado, o tema homenageando o ex-governador provocou uma série de críticas de usuários nas redes sociais. Alguns falam em "decepção" e outras respostas fazem piada com a questão da prisão de Cabral: "Vai ter uma ala só com tornozeleira eletrônica?".

Apesar das críticas, o presidente da União Cruzmaltina reforçou que toda a escola está alinhada sobre o projeto de enredo:" Eu tenho 950 componentes na escola, estamos muito bem alinhados sobre o projeto. Venho recebendo apoio de todas as esferas do carnaval", pontuou.

Condenado

O ex-governador Sérgio Cabral cumpre medidas cautelares - uso de tornozeleira eletrônica, proibição de deixar o país e comparecimento mensal perante à Justiça - desde fevereiro deste ano, quando foi liberado do cumprimento da prisão domiciliar. Até então, ele estava preso desde 2016, após ser denunciado em 35 processos pela Operação Lava-Jato, sendo 33 deles na Justiça Federal e dois na Justiça do Rio. Condenado em 23 ações penais no âmbito Federal, as penas somadas chegam a 425 anos anos e 20 dias de prisão.