O irmão, Lenildo José, na porta do Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no CentroPedro Ivo/Agência O Dia

Rio - A Delegacia de Homicídios da Polícia Civil (DH-Capital) investiga a morte de Leandro José da Silva, de 40 anos, que estava desaparecido há cinco dias e foi encontrado sem vida, nesta sexta-feira (21), no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio. O corpo do torcedor do Botafogo foi achado dentro de um córrego que divide as duas pistas da Linha Amarela, na altura da passarela 3. Familiares da vítima estiveram no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro, na manhã deste sábado, para liberação do corpo.


"Eu nunca desisti. Só tenho que agradecer a todas as pessoas, amigos e parentes, grupos do Botafogo e colegas. Nessa hora todos se uniram. Fomos incansáveis. Todo dia procurando ele em vários pontos da cidade. Não podíamos ir a todos os lugares, mas fizemos o possível para encontrar ele. O que resta agora é a saudade (...) Uma pessoa maravilhosa e trabalhadora. Amava a profissão dele", comentou Lenilton José, irmão de Leandro. 
Apesar do peso da busca ter terminado, o irmão comenta que a família ainda quer saber o que de fato aconteceu com Leandro. "Eu fiz todo o trajeto. Antes de ontem fui lá na Linha Amarela. Nisso, fiz um vídeo e mandei para minha irmã. Falei para ela, olha essa foi a última localização do celular dele. Depois fomos bater isso com a Polícia Civil, mas tivemos dificuldades de ter as imagens da Linha Amarela. Lá, eles disseram que essas imagens só podem ser entregues através do poder judicial", disse. 
A partir da negativa, ele conta que pediu ajuda de voluntários que moravam próximo para checar o córrego, foi quando encontraram o corpo de Leandro. "Um amigo nosso foi lá, olhou naquela parte da passarela, chegou a subir e conseguiu ver algo que poderia ser ele. Viu a camisa listrada", lembrou.
Antes da localização, Lenilton conta que ele, a irmã de Leandro, Valéria Silva, e a mulher do botafoguense, Verônica Maria Nascimento, haviam recebido informações desencontradas sobre a possibilidade de Leandro ter ido para uma festa na comunidade do Parque União, no Complexo da Maré. A família, contudo, não acredita na hipótese. 
"Como que uma pessoa está no Engenhão por volta das 23h40 da noite e por volta da 00h30 estaria no Parque União? Não tem como. Ele estava sem carteirinha de rodoviário, então teria que pegar ônibus", analisou. O ponto onde o corpo foi encontrado fica próximo a uma passarela que conecta os bairros do Engenho de Dentro e da Abolição. O local tem pouca iluminação e costuma ser evitado por moradores locais. 
Pai admirado
A mulher de Leandro, Verônica, com quem ele tem uma filha, de 9 anos, comenta que o torcedor era um ótimo pai e um exemplo de profissional. "Ele era um pai exemplar, uma pessoa maravilhosa e que amava nossa filha. Sabemos que de onde ele estiver, estará olhando para gente. Uma estrela no céu. Não vemos explicação para o que aconteceu. Não esperávamos encontrar ele da forma que encontramos e sem vida. Agora pensamos que pelo menos ele vai descansar em paz", lamentou. 

De acordo com a família, a ideia é levar o corpo de Leandro para a Paraíba, de onde a família é e onde ele confidenciou que gostaria de ser enterrado. O resultado do exame de necropsia ainda não foi entregue pelo IML aos familiares. 
*Colaborou Pedro Ivo