Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) assinaram, nesta quarta-feira (26), o Convênio de Cooperação Técnica e Material, que tem o objetivo de promover a segurança de jovens vítimas de violência sexual. O acordo vai permitir a instalação de novas unidades do Centro de Atendimento Multidisciplinar à Crianças e Adolescentes (CAMI) na cidade.
Antes mesmo da assinatura do convênio, três CAMI já foram instalados no primeiro semestre deste ano nos bairros de Madureira, na Zona Norte, além de Realengo e Campo Grande, na Zona Oeste. O acordo, que foi assinado durante uma solenidade na sede do TJRJ, prevê o atendimento de crianças e adolescentes por uma equipe composta de psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e demais categorias da área da saúde.
O presidente do TJRJ, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, explicou sobre as consequências do abuso sexual infantil. "Essa violência causa um dano psicológico imensurável nas crianças e adolescentes. É um acontecimento que, na maioria das vezes, se passa na surdina. Acredito que vamos conseguir diminuir a dor dessas crianças, para que o quadro mude e elas possam ter alguma chance de tentar se recuperar", disse o desembargador.
O secretário de Saúde do Rio, Daniel Soranz, comentou sobre acordo firmado entre os órgãos. "Esse centro vai procurar fazer um mapeamento psicológico dessas crianças, assim como estabelecer o caminho para o atendimento dessas vítimas ao longo de sua permanência na rede de saúde. O CAMI vai ser a porta de entrada desses jovens vítimas de abuso sexual. A violência não é tratada somente com um atendimento e, por isso, precisamos de uma série de profissionais para cuidar e proteger essas crianças", completou.
Além do presidente do TJRJ e do secretário municipal de Saúde, a mesa de honra da cerimônia para a assinatura do convênio foi composta pela desembargadora Daniela Brandão, presidente da Coordenadoria Judiciária das Varas da Infância, Juventude e Idoso (Cevij) e pela desembargadora Adriana Ramos de Mello da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Coem).
A desembargadora Adriana de Mello detalhou o processo que resultou na assinatura do acordo. "Esse convênio foi criado por uma equipe multidisciplinar de atendimento a meninas e adolescentes vítimas de abuso sexual. Ainda não havia um serviço centralizado para um atendimento psicológico ou, até mesmo, psiquiátrico, pois, dependendo da situação, o jovem fica com sequelas para a vida toda. Por isso, criamos os três primeiros CAMI para receber as vítimas que estão vivendo essas situações, principalmente no âmbito doméstico", explicou.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.