Nathalia Cristiny Candido Lacerda, 33, está em como no CTI do Hospital Estadual Getúlio VargasReprodução

Rio - Nathalia Cristiny Candido Lacerda, de 33 anos, permanece internada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. A mulher foi baleada por policiais militares, no domingo (30), nas proximidades da comunidade da Ficap, na Pavuna, Zona Norte do Rio. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o quadro clínico da dona de casa é considerado grave, nesta terça-feira (1º). Por conta do disparo, a vítima perdeu um dos rins, partes do intestino e fígado e está em coma no Centro de Terapia Intensiva (CTI). 
De acordo com a Polícia Militar, o disparo que atingiu Nathalia aconteceu depois que o veículo em que ela estava não respeitou uma ordem de parada de uma blitz do 41º BPM (Irajá), na esquina da Avenida Coronel Phidias Távora com a Rua Benjamim da Silva. Entretanto, a versão foi contestada por familiares, que afirmaram que não houve abordagem, mas uma viatura estava escondida em um ponto com pouca iluminação e os policiais correram e fizeram um disparo. 
A dona de casa voltava de uma festa com o marido e a filha de 7 anos, além de outros três amigos e, ao ouvirem o tiro, o grupo acreditou se tratar de um alerta e pararam o carro. Mas, ao desembarcarem, a vítima relatou que suas costas estavam ardendo e caiu sobre o banco. Segundo o companheiro dela, os policiais se aproximaram e um deles teria ficado nervoso ao ver a mulher ferida e disse: 'baleei uma mulher'. 
Ainda de acordo com o marido, em depoimento na delegacia, os PMs envolvidos na ocorrência afirmaram que o veículo estava em perseguição e que teria furado um bloqueio. A declaração foi negada por ele, que ressaltou que estavam trafegando em baixa velocidade, por causa dos quebra-molas na via, e que o veículo não tinha os vidros escuros. 
Procurada, a PM informou que o comando determinou a instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM) pela Corregedoria para investigar as circunstâncias da ação e que as imagens das Câmeras Operacionais(COP) serão analisadas no inquérito. "É importante informar que para casos como este, o procedimento ensinado em todas as escolas de formação é que seja montado um cerco tático, por meio do acionamento de viaturas, para que os policiais possam interceptar o veículo em fuga e realizar a abordagem policial". 
A corporação ressaltou também que "não compactua com nenhum desvio de conduta ou cometimento de crimes por parte de seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos". Os PMs envolvidos foram afastados do serviço nas ruas e a instituição disse que colabora com as investigações da Polícia Civil. Em nota, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 39ª DP (Pavuna), os PMs foram ouvidos e o armamento utilizado apreendido para a perícia. "A investigação está em andamento", completou.