Enterro no cemitério do Catumbi, de Raimundo Ubiratan, mais conhecido como Bira. Foi morto na hora que abria o bar no Pechincha. Amigos e familiares estavam muito emocionados na hora do sepultamento. Nesta quarta-feira (16).Pedro Ivo/Agência O Dia

Rio - O comerciante Raimundo Ubiratan de Souza Lima, mais conhecido como Bira, de 62 anos, foi enterrado na tarde desta quarta-feira (16), no Cemitério do Catumbi, na Zona Central do Rio. Uma centena de amigos e familiares marcou presença na cerimônia para homenagear o dono de bar que era querido na região onde trabalhava.
Proprietário do Cantinho do Pechincha, em Jacarepaguá, há 30 anos, Bira foi morto a tiros por um grupo de criminosos no momento em que abria o estabelecimento, na manhã de segunda-feira. Ele deixa quatro filhos.
"Tive uma honra em conhecer esse guerreiro trabalhador. Meus sentimentos toda família. Camarada gente fina", escreveu um cliente nas redes sociais. Durante o enterro, amigos se emocionaram e choraram próximo ao túmulo.
O assassinato está sendo investigado por policiais da Delegacia de Homicídios da Capital, que realizaram perícia no local do crime. Até o momento, não há informações sobre a autoria ou a motivação do ataque. Moradores da região acreditam que a execução pode estar ligada à cobrança de uma taxa de segurança ilegal por parte da milícia que atua na área.
De acordo com uma moradora, comerciantes estão recebendo ameaças de morte caso não realizem pagamentos de até R$ 2 mil. "Muitos vão apenas fechar as portas e procurar outro lugar para trabalhar e morar. É assim que o Rio vai morrendo, asfixiado, aos poucos. Longe do palco iluminado para os turistas, a cidade é terra de ninguém! Sem lei, sem justiça, sem segurança alguma", lamentou a mulher.