O exame RT-PCR é um dos indicadores precoces de monitoramentoDivulgaÇÃO / Berg Silva

Rio - A taxa de positividade de exames RT-PCR para covid-19 passou de 2%, na última semana de julho, para 20%, entre 6 e 12 de agosto, no estado do Rio. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, devido ao aumento, será ampliada a testagem nas UPAs e nas emergências da rede estadual.

Segundo o Centro de Inteligência em Saúde (CIS-RJ) da SES a taxa de positividade de exames RT-PCR é um dos indicadores precoces de monitoramento. Já no número de solicitações de leitos e nos atendimentos nas emergências e UPAs da rede estadual – não há tendência de alta. Também não houve aumento representativo de casos de covid-19 nas últimas semanas.

Mediante ao levantamento, a secretaria recomenda à população que mantenha em dia o esquema vacinal contra a Covid-19. E ressalta que o cenário atual não justifica medidas restritivas.
O coordenador do InfoGripe, da Fiocruz, Marcelo Gomes, também ressalta que não há necessidade de desespero. "A situação atual ainda é de certa tranquilidade, mas isso não muda o fato de que a população deve estar em dia com a vacinação para Covid. Os dados continuam mostrando que a vacina oferece uma proteção muito boa, especialmente para as formas graves da enfermidade", afirmou.
Os números da Infogripe apontam que nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de: influenza A (5%); influenza B (2,5%); vírus sincicial respiratório (25,2%); e Sars-CoV-2/Covid-19 (22,3%).

Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de: influenza A (9,2%); influenza B (6,6%); vírus sincicial respiratório (10,5%); e Sars-CoV-2/Covid-19 (52,6%).
Prefeitura é contra retomada de máscara
O prefeito Eduardo Paes afirmou, nesta quinta-feira (17), que é contra a recomendação do uso de máscaras estipulado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a alunos e funcionários em ambientes fechados da instituição e em aglomerações. Ao DIA, o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, informou que não há nenhum indício de aumento de casos da doença neste momento e que a orientação é apenas que toda população acima dos 12 anos tome a vacina bivalente.
"A vacina protege, então todas as pessoas acima de 12 anos devem fazer o reforço o quanto antes. Nossa recomendação para a UFRJ é que ela estimule a vacinação no campus, porque o mais importante que recomendar uso da máscara é recomendar a vacinação com a bivalente. Esperamos que a UFRJ faça campanhas internas que estimulem a vacinação e oriente as pessoas a se vacinarem", disse o secretário.
A orientação da Secretaria Municipal de Saúde é manter a vacinação em dia, incluindo a dose de reforço com a vacina bivalente para todos acima de 12 anos. Neste momento, não há alteração no cenário epidemiológico da cidade.
Nova variante
A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu comunicado em 9 de agosto sobre uma nova subvariante do SARS-COV-2 cepa Ômicron denominada EG.5, considerada como variante de interesse (VOI). A EG.5, já identificada em 51 países, possui mutações que conferem maior capacidade de transmissão e de escape imune, tornando esta nova VOI capaz de aumentar o número de casos mundialmente e se tornar a cepa predominante, substituindo a XBB.1.16, atualmente predominante na maior parte dos países.

Apesar destas características, a OMS classificou a EG.5 como de baixo risco para a saúde pública em nível global uma vez que não apresentou mudanças no padrão de gravidade de doença (hospitalização e óbitos) comparada à XBB.1.16 e outras VOIs.

Ao DIA, o infectologista José Pozza Júnior, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), reforçou que ainda não há necessidade de preocupação extrema.
"A variante nova tem algumas mutações que parece facilitar a transmissão dela, mas por outro lado, o que se observou até agora é uma manutenção do número de casos graves, hospitalização e óbito. Ou seja, mesmo sendo uma variante mais transmissível, aparentemente ela tem se comportado como a maioria das outras variantes que não trazem quadro de gravidade extrema", disse.