A vereadora Monica Benicio é líder da bancada do PSOL na Câmara de Vereadores do RioArquivo Pessoal

Rio - A vereadora Monica Benicio (Psol) registrou, nesta terça-feira (22), uma queixa-crime na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro do Rio, após sofrer ameaças de estupro e intolerância por e-mail, no dia 14 de agosto. De acordo com a unidade, o caso será investigado como lesbofobia, que está dentro do crime de racismo.
A parlamentar, que é lésbica, recebeu mensagens de uma pessoa identificada como “doutor Astolfo Bozzônio Rodrigues”. De acordo com o criminoso, "lesbianismo é uma doença que pode ser curada com terapia alternativa" e que ser sapatão é uma aberração. Além disso, a vereadora deveria ser abusada sexualmente como forma de "tratamento" para reverter a orientação sexual dela.
"Isso não é violência, é o que chamamos 'Estupro Corretivo Terapêutico', uma terapia de eficácia comprovada que cura o 'homossexualismo' feminino porque ser sapatão é ser uma aberração", diz na ameaça.
A mensagem foi enviada em agosto, mês da visibilidade lésbica, quando a vereadora tem realizado atividades para combater a lesbofobia e o preconceito, pautando o tema na sociedade. Na ameaça, o criminoso ainda afirma saber o endereço da Monica e se oferece para ir até a casa dela fazer uma "demonstração sem compromisso". Ele finaliza dizendo que tem uma proposta de projeto de lei para legalizar o "Estupro Corretivo Terapêutico" e sua adoção pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pedindo o apoio da vereadora.
Além do crime de lesbofobia, o criminoso será investigado por ameaça e crim eleitoral, já que o suspeito utilizou do e-mail institucional da Câmara dos Vereadores para humilhar e constranger a parlamentar.