Manifestantes pedem pela soltura de mototaxista preso há quase um mêsDivulgação

Rio - Familiares e amigos do mototaxista Diego Felipe Oliveira dos Santos, de 35 anos, realizaram um protesto, na noite desta quarta-feira (23), pedindo a liberdade do rapaz, preso há quase um mês. A manifestação foi realizada na entrada da Rua Teixeira Ribeiro com a Avenida Brasil, na Zona Norte. 
Diego Felipe Oliveira dos Santos, de 35 anos, foi preso em flagrante durante blitz da Polícia Militar - Divulgação
Diego Felipe Oliveira dos Santos, de 35 anos, foi preso em flagrante durante blitz da Polícia MilitarDivulgação
Manifestantes seguraram cartazes com as frases "Mototáxi não é bandido. Justiça para Diego Felipe" e "Não vão nos calar". Familiares também vestiram camisas com o rosto do mototaxista e colegas de profissão fizeram um 'buzinaço' no local. Procurada, a Polícia Militar ainda não informou se foi acionada para acompanhar o protesto. O trânsito não sofreu alteração por conta da manifestação.
Débora da Silva, prima de Diego Felipe, disse que a família decidiu fazer o protesto porque na sexta-feira (26) vai completar um mês da prisão dele. "Na sexta completa um mês que eles está lá dentro e nada é feito. Está difícil manter advogados, queríamos ajuda. Meu primo é trabalhador, estava trabalhando e não é envolvido com nada de errado", disse. Débora levou para o protesto a carteira de trabalho e a habilitação do primo para provar que ele é trabalhador. "No dia que ele foi preso, ele saiu do trabalho e foi para o mototáxi para complementar renda", explicou.
Relembre o caso
A família de Diego Felipe afirma que ele foi preso injustamente na noite do dia 26 de julho, na Avenida Brás de Pina, na Penha Circular, Zona Norte do Rio, por um crime que não cometeu. De acordo com Débora, Diego foi detido durante uma blitz do 16º BPM (Olaria), quando transportava um passageiro para o Complexo da Penha. Com o passageiro, um jovem de 17 anos, os policiais encontraram uma mochila com fuzil, drogas, munições e roupa camuflada.

O mototaxista foi preso em flagrante, e o adolescente, apreendido. Ambos foram conduzidos para a 38ª DP (Brás de Pina) e Diego foi encaminhado para o sistema prisional. Ele passou por audiência de custódia no dia 27 de julho e a sua prisão foi convertida em preventiva. Já o adolescente foi liberado logo em seguida.

Para a família de Diego, a prisão aconteceu de forma precipitada, já que o mototaxista não estava com o material ilícito e o adolescente, que estava com a mochila, foi solto.
"Ele trabalha como mototaxista há mais de dez anos e como motorista de aplicativo há três anos. Ele também é mensageiro há 15 anos no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o Fundão, há 15 anos. Meu primo sempre trabalhou para sustentar seus três filhos. Nunca foi envolvido com coisa errada. Diego é conhecido na nossa comunidade e não é porque ele é mototaxista que vai ser tratado como bandido. Vamos lutar pela inocência dele", disse a prima. Os mensageiros em hospitais têm a função de levar exames e conduzir pacientes para realizar exames.

Ainda segundo os parentes, Diego não foi autorizado a ligar para a família e a sua mulher, Tatiane Coelho, só descobriu seu paradeiro após percorrer diversas delegacias do Rio. Quando o encontraram, dois dias depois, ele já havia sido transferido para o presídio Tiago Teles de Castro Domingues, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio.
O mototaxista foi preso em flagrante, e o adolescente, apreendido. Ambos foram conduzidos para a 38ª DP (Brás de Pina) e Diego foi encaminhado para o sistema prisional. Ele passou por audiência de custódia no dia 27 de julho e a sua prisão foi convertida em preventiva. Já o adolescente foi liberado logo em seguida.

Para a família de Diego, a prisão aconteceu de forma precipitada, já que o mototaxista não estava com o material ilícito e o adolescente, que estava com a mochila, foi solto.
O que dizem a PM e a Justiça
De acordo com a Polícia Militar, na noite do dia 26 de julho policiais prenderam um homem e apreenderam um adolescente durante uma abordagem policial na Avenida Brás de Pina, na Penha Circular, Zona Norte do Rio. O comando da unidade explicou que durante a abordagem policial os agentes apreenderam um fuzil, um carregador, uma pistola, dois aparelhos de telefone celular, dois tabletes de erva seca prensada, um saco da mesma droga, 21 munições de fuzil, três munições de pistola, um fone de ouvido, uma roupa camuflada, uma mochila e uma motocicleta. Os dois foram conduzidos à 38ª DP (Brás de Pina), onde o fato foi registrado.

Em audiência de custódia, a 23ª Vara Criminal da Comarca da Capital considerou o pedido do Ministério Público do Rio (MPRJ), que pediu a prisão preventiva de Diego para a "garantia da ordem pública".
A juíza Priscilla Macuco Ferreira aceitou a consideração do MPRJ e rebateu a defesa de Diego, que alegou à Justiça que ele não tinha conhecimento do material que estava dentro da mochila. "A tese defensiva de que o custodiado não tinha conhecimento do material trazido pelo adolescente, demanda maior dilação probatória. Isso porque como informado pelos policiais a mochila com o material estava entre as costas do indiciado e o adolescente, não parecendo crível que não tivesse conhecimento da arma, pois se trata de um fuzil, armamento de grande porte, que não passaria despercebido ao ser levado encostado nas costas de qualquer pessoa", escreveu na decisão.