Unidade é a única do Ibama no Rio que reabilita e solta animaisDivulgação

Rio - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) suspendeu, nesta sexta-feira (25), o recebimento de animais silvestres no Centro de Triagem de Animais Silvestres do Rio de Janeiro (Cetas/RJ), em Seropédica, na Baixada Fluminense, devido a um caso suspeito de gripe aviária. A medida é válida por tempo indeterminado.
Segundo o Ibama, a decisão de suspensão aconteceu após a chegada de um urubu suspeito de estar contaminado. Nesta quinta-feira (24), uma equipe de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou eutanásia no animal e a coletou seu material biológico para exames em laboratório. O prazo previsto para emissão do resultados é de 14 dias a partir da recolhimento das amostras.
O animal chegou na unidade vindo de Japeri, também na Baixada Fluminense. Ele apresentou sintomas da doença como desorientação, perda de equilíbrio e dificuldade respiratória.
Até a conclusão das análises, o Ibama informou que o Cetas/RJ ficará fechado e não receberá novos animais nem realizará soltura. A medida atende ao Protocolo Sanitário estabelecido pelo Mapa. A unidade de Seropédica é a única do Ibama no Estado do Rio capacitada para reabilitar e devolver à natureza, aves, mamíferos, répteis apreendidos ou resgatados.
Sintomas da gripe aviária
Os principais sinais clínicos neurológicos ou respiratórios da gripe aviária em aves silvestres são tremores na cabeça e no corpo; dificuldade respiratória (respiração ofegante, bucal, coriza nasal e/ou espirros); letargia e depressão; decúbito, penas arrepiadas ou arrastar as pernas; “mansidão” excessiva e falta de resposta a estímulos; asas caídas, torção de cabeça e pescoço; perda de equilíbrio; edema de face, olhos fechados e excessivamente lacrimejantes, excrementos aquosos descoloridos ou soltos; e andar em círculo e de costas.
Estado de emergência zoosanitária
O Governo do Rio decretou, na última sexta-feira (18), estado de emergência zoossanitária devido ao aumento de casos de gripe aviária. De acordo com o texto, publicado no Diário Oficial do Estado (DO), a medida vale por 180 dias e tem como objetivo evitar aumento de casos da doença.
"Fica declarado estado de emergência zoossanitária em todo o território estadual, por um prazo de 180 dias, em função da detecção da infecção de aves silvestres pelo vírus da influenza aviária H5N1 de alta patogenicidade (IAAP) no estado do Rio de Janeiro", diz o decreto publicado no DO.
Segundo o secretário de Agricultura, Dr. Flávio, a medida permite uma resposta mais rápida em casos de novos focos de gripe aviária, sejam eles em ambiente doméstico, silvestre ou com aves exóticas. A ação também resguarda a avicultura comercial e de subsistência no território fluminense em casos suspeitos.
"A medida é protetiva pois facilita o acesso a recursos e materiais para uma pronta resposta em caso de novas notificações de suspeita da doença. Com este decreto podemos agir de maneira muito mais rápida, nossa equipe em parceria com diversos órgãos e entidades estão atentos à questão", esclareceu o secretário.
Até a decretação do estado de emergência, 16 casos de contaminação pelo vírus H5N1 já haviam sido registrados em nove cidades do estado. Um desses casos foi encontrado em uma ave da espécie trinta-réis-de-bando, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio.