Publicado 08/08/2023 21:55 | Atualizado 08/08/2023 22:03
Rio - O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), realizou uma reunião extraordinária nesta terça-feira (8) para abordar a morte do adolescente, de 13 anos, durante ação policial na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio.
A pedido do ministro Silvio Almeida, o secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Cláudio Augusto Vieira, marcou o encontro para emitir uma nota e construir uma resolução de enfrentamento a esse tipo de violência. Por parte do MDHC, a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos já acompanha a apuração da morte do adolescente.
O menino morreu na madrugada desta segunda-feira (7) enquanto andava de moto por ruas da Cidade de Deus, na Zona Oeste. Segundo a Polícia Militar, a vítima, junto com outro homem, teria atirado em uma equipe do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), que realizava um patrulhamento pela região. O menino morreu no local depois de ser baleado. Uma pistola 9mm foi apreendida na ação.
Familiares de T.M.F afirmam que tiveram acesso a imagens que mostrariam o momento em que um policial militar do BPChq atira contra o jovem. Segundo eles, o vídeo foi registrado pela câmera de segurança de um borracheiro, que fica próximo ao local onde o menino foi morto, mas os agentes teriam conseguido apagar o momento da suposta execução. A família acusa os agentes de terem executado o menino.
A PM tratou o adolescente como um criminoso nas redes sociais. Após a Defensoria Pública do Rio entrar com uma ação pública na Justiça, a corporação excluiu a postagem.
O menino foi sepultado na tarde desta terça-feira (8) no Cemitério da Pechincha, na Zona Oeste do Rio. O velório, que aconteceu pela manhã, foi marcado pela comoção das pessoas presentes na Igreja Evangélica Congregacional da Cidade de Deus.
A Polícia Civil informou que a investigação está em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e que os agentes estão analisando imagens e realizam diligências em busca de outras câmeras instaladas na região. "As armas dos policiais militares envolvidos na ação foram apreendidas para exame de perícia. Testemunhas estão sendo ouvidas e outras diligências estão sendo realizadas para elucidar a morte". A PM também instaurou um procedimento apuratório para averiguar as circunstâncias da ação.
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