Rio - A Polícia Militar retirou do ar, nesta terça-feira (8), uma postagem que criminalizava o menino T. M. F., de 13 anos, que morreu durante ação policial na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, nesta segunda-feira (7). A retirada acontece após a Defensoria Pública do Rio (DPRJ) entrar com uma ação judicial sobre o assunto.
Segundo a PM, a postagem no Twitter oficial da corporação é feita a partir das informações preliminares passadas pelos policiais que participaram da ação. O comando da PM decidiu por retirar a publicação do ar ao entender que o caso está sob análise e investigação.
No post, feita às 5:44 da manhã desta segunda-feira (7), a corporação afirmou que "um criminoso ficou ferido ao entrar em confronto" com a Polícia. A postagem registrou quase um milhão de visualizações. A ação do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio (Nudedh) foi distribuída para a 10ª Vara de Fazenda Pública.
Em depoimento dado durante o atendimento da família no Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da DPRJ, a mãe do adolescente, Priscila Menezes, expôs sua indignação com a publicação.
"T.M.F era apenas um adolescente que perdeu a vida precocemente e de forma trágica. Mais uma vítima que entra para a estatística", disse.
Na ação, a DPRJ afirmou que houve "violação aos Direitos da Personalidade do adolescente, bem como de sua mãe". A Defensoria pediu ainda que a PM deixe de reprimir de forma ostensiva as manifestações pacíficas que ocorrem em decorrência da morte do menino, bem como o protesto social da mãe. Nesta segunda-feira (7), familiares, amigos e moradores fizeram uma manifestação em um dos acessos à CDD e foram reprimidos por policiais militares com o uso de gás de pimenta.
Sobre o assunto, a PM informou que o comando do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) irá instaurar um procedimento apuratório para analisar a atuação dos policiais nas manifestações ocorridas na Cidade de Deus.
A Polícia Civil informou que a investigação está em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e que os agentes estão analisando imagens e realizam diligências em busca de outras câmeras instaladas na região. "As armas dos policiais militares envolvidos na ação foram apreendidas para exame de perícia. Testemunhas estão sendo ouvidas e outras diligências estão sendo realizadas para elucidar a morte". A PM também instaurou um procedimento apuratório para averiguar as circunstâncias da ação.
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