Policiais militares no Complexo da Mangueirinha, em CaxiasDivulgação / Arquivo / PMERJ

Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), denunciou à Justiça Jonathan Hyrval Cassiano da Silva, conhecido como Bochecha Rosa, e outros 12 integrantes da facção Comando Vermelho, pelo crime de associação para o tráfico de drogas. De acordo com a denúncia, o grupo atua na Comunidade Corte Oito, em Lagoinha, Duque de Caxias, na Baixada.
Investigações realizadas pela 59ªDP (Duque de Caxias) apontam que Jonathan é quem determina a colocação de barricadas nas vias de acesso ao Complexo da Mangueirinha a fim de impedir a ação de forças policiais na localidade, o que impede também o direito de ir e vir dos moradores e o acesso a serviços públicos básicos.
A denúncia também aponta Jonathan Hyrval como responsável por uma série de crimes na região, além de ter envolvimento no homicídio do policial militar Douglas Fontes Caluete, que foi reconhecido durante uma tentativa de roubo em Gramacho, Duque de Caxias, e executado, em 2018. O caso ganhou repercussão pois a mãe da vítima, ao reconhecer o corpo do filho, sofreu um infarto e morreu no local.
O Portal de Procurados oferece R$ 5 mil para informações que levem até Jonathan. Foram denunciados pelo crime de associação para o tráfico de drogas Nathan Hyrval Cassiano da Silva; Italo Hyrval Cassiano da Silva; Anderson da Costa Rodrigues dos Santos, conhecido como Minnie; Caio Leandro Lopes da Silva Leite, o Escalpe, Gabriel Lopes da Silva Leite, o Boquinha ou Biel; Felipe Piter Bastos de Souza, o Bate Falta ou Menor Ket; Kleberson Marcelo dos Santos de Souza, o Gasparzinho; Alan de Souza Lima, o Russinho; Silas Avila de Souza, o Menos 22; Pedro Lucas Paiva Silva, o Cinquentinha; Pablo Leonardo Costa dos Santos, o Roco ou PL; e Bruno Augusto Ferreira Garcia, o Russão ou Tchutchucão.
Mortes frequentes nas comunidades
A região do Complexo da Mangueirinha sofre com uma intensa disputa de traficantes, o que tem provocado algumas mortes na localidade, inclusive de moradores. No dia 6, Anderson Carvalho da Silva, de 44 anos, morreu após ser baleado na comunidade do Corte 8, em Duque de Caxias. Esta foi a terceira morte na região em menos de 15 dias.
No dia 28 de agosto, o morador Márcio Rodrigo da Silva, de 47 anos, foi morto após um ataque a tiros feito por criminosos do Corte 8. Cléverson Ferreira da Silva, de 45, amigo da vítima, ficou ferido e foi levado para o hospital. Os dois iam tomar café antes de seguir para o trabalho. Segundo informações de pessoas próximas das vítimas, os dois foram abordados pelos criminosos, que os revistaram por suspeitar que estivessem armados. Os bandidos os confundiram com policiais e dispararam, atingindo Márcio seis vezes.
O segundo baleado foi um outro morador, de aproximadamente 60 anos, não identificado, que morreu durante um intenso tiroteio entre traficantes e policiais do 15º BPM (Duque de Caxias), no último dia 30. A vítima foi socorrida e levada pelos próprios PMs para o Hospital Municipal Moacyr Rodrigues do Carmo, no mesmo município, mas não resistiu e morreu.
A PM está em processo de montar três bases móveis no interior das comunidades do Complexo da Mangueirinha com objetivo de garantir policiamento ostensivo 24 horas por dia na região.