Enterro de Renan Costa dos Santos, de 28 anosCléber Mendes/Agência O Dia
Muito abalada, a costureira Ana Célia da Silva, avó de Renan, falou sobre a perda que sofreu e a família quer justiça pela vida do rapaz. “Meu neto era uma pessoa maravilhosa, super extrovertido, animado, mas infelizmente um vagabundo tirou a vida dele. Eu imaginava que ele iria me enterrar, não eu enterrar ele. É uma perda irreparável, mas eu peço a Deus e acredito que vai haver uma justiça”, disse.
A idosa ainda lamentou pelo neto não ter ouvido seus conselhos, ainda em vida, quando alertou sobre os perigos de seu namoro com Yohaynne Tavares Silva de Andrade após a mais recente volta do casal.
“Ele era um garoto muito animado, mas não quis escutar a avó, se envolveu com uma pessoa e essa pessoa levou para morte, porque ela não se contentou só com um, teve que arrumar outro. E esse outro não se conformou em perder ela. O cara armou isso para ele, matou, é um marginal”, desabafou.
No momento, ele e a namorada tinham voltado a namorar e estavam morando juntos. Porém, o rapaz com quem a mulher se envolveu não aceitava o fim e, por conta disso, ameaçava Renan.
A avó conta que, no dia da morte, Renan ainda chegou a ir na casa da ex-sogra de Yohaynne pegar pertences do filho dela, fruto de um relacionamento anterior, antes de ir encontrá-la em Madureira.
“No dia, ele foi para o futebol, de lá passou na minha casa, deixou um remédio para mim e passou na casa da ex-sogra dela, pegou a mochilinha do filho dela, porque ele era babá do filho dela, e foi para Madureira. Só que ela já estava em Madureira. Eu não vou julgar e nem condenar, mas ela já estava lá. O que aconteceu é que houve uma discussão entre o cara e ele [Renan]. E nessa discussão o cara deu um tiro nele”, expôs.
Em seu relato, a idosa ainda comentou sobre a demora no socorro, o que pode ter agravado o quadro de saúde do rapaz. Na ocasião, Renan levou três tiros e chegou a ser encaminhado ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte, mas não resistiu.
“Infelizmente, o nosso socorro é muito difícil. Meu neto ficou mais de quarenta minutos agonizando. De repente, se ele viesse logo, talvez estaria vivo. Ele levou um tiro na barriga e não sangrou. Teve hemorragia interna. É muita negligência e é difícil para mim aceitar, eu sei que eu vou sofrer muito com a perda dele”, lamentou.
Ana Célia ainda pediu por justiça pela vida do neto e assumiu que espera que tanto o homem quanto a namorada sejam punidos pelo crime que tirou a vida de Renan.
“Eu quero justiça, se possível, queria até justiça contra ela [a namorada]. Ela também não presta, tirou a vida do meu neto, meu suporte. Quem vai cuidar de mim agora? Quem? Ele [Renan] era meu tudo. Aqui no enterro dá para ver a quantidade de amigos que ele tem, mas infelizmente ele não vai voltar. Eu espero que a polícia corra atrás disso”, expôs.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que está em busca de testemunhas e informações para identificar a autoria do crime e esclarecer os fatos. A identificação do suspeito não foi divulgada.
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