Caroline Kethlin de Almeida Ribeiro, de 22 anos, recebeu homenagem do Exército Brasileiro durante o enterroMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - Familiares e amigos se despediram de Caroline Kethlin de Almeira Ribeiro, de 22 anos, no Cemitério Parque Jardim, em Mesquita, na Baixada Fluminense, na tarde desta terça-feira (12). Durante a cerimônia, Abner Rangel Ribeiro, pai da vítima, disse que estava no momento da colisão e viu a aeronave em alta velocidade.
"Foi algo que aconteceu muito rápido, então não quero tomar nenhuma atitude precipitada de dizer que foi inabilidade do piloto, imprudência... Está registrado na Polícia Civil, eles estão investigando. Infelizmente, de onde a aeronave partiu foi muito rápido. Mesmo contra o vento, saiu com uma velocidade muito grande. Eu estava do outro lado da pista, mas acredito que tenha sido em menos de seis segundos", explicou.
De acordo com Abner, os dois estavam no aeroclube, em Nova Iguaçu, e a filha estava caminhando. Ela alertou que uma aeronave levantaria voo, então os dois ficaram na lateral da pista. Nesse momento, o avião ultraleve atingiu Caroline pelas costas. Ela chegou a ser atendida na UTI do Hospital Geral de Nova Iguaçu, mas não resistiu aos ferimentos.
"Fica um sentimento de vazio, sentimento de perda. Minha filha foi um exemplo, uma menina muito dedicada na igreja e nos estudos", lamentou Abner.
No domingo (10), a direção da unidade confirmou a morte cerebral da jovem e a família autorizou a doação de órgãos. Foram captados os dois rins e o fígado, que serão doados para pacientes no estado do Rio. Durante a retirada dos órgãos, médicos e enfermeiros do hospital fizeram homenagem com salva de palmas em agradecimento pela doação.
Caroline era aluna da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas, São Paulo, e estava passando o feriado da Independência com a família no Rio.
A morte da jovem está sendo investigada por policiais da 58ª DP (Posse). Após a perícia, realizada na segunda-feira, o delegado José Mário Omena afirmou que trabalha com hipótese de que o avião ultraleve estava desgovernado no momento da batida. O piloto foi identificado e prestará depoimento.
Durante a perícia, os investigadores concluíram que a aeronave não iria decolar e atingiu a vítima na lateral da pista durante teste de rolagem. No dia, a rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica indicava um vento forte para circulação de ultraleves.
Na segunda-feira, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou que o Aeroclube não tinha autorização para funcionar, além de não ser certificado para oferta de cursos de formação de pilotos. O local não consta no cadastro de aeródromos privados da Agência e, por isso, não pode operar como aeródromo.