Juan Manuel Taleb proferiu ofensas racistas na estação de trem de Deodoro, Zona Oeste do RioReprodução

Rio - O argentino Juan Manuel Taleb, identificado pela Polícia Civil como o homem que proferiu ofensas racistas na plataforma de trem de Deodoro, na Zona Oeste, segue sendo procurado pelos agentes da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). 
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso, ocorrido na terça-feira passada (3), foi registrado na Decradi. O autor foi identificado, será intimado a prestar depoimento e as investigações estão em andamento.
De acordo com a SuperVia, a concessionária "não compactua com nenhum tipo de discriminação e repudia veementemente as falas ditas pelo homem". A SuperVia ainda afirmou que vai tomar as medidas cabíveis perante as autoridades. Por fim, a empresa esclareceu que em situações como essa, todos os colaboradores são orientados a registrar o caso para apuração interna.
Relembre o caso
Na tarde de terça-feira, um vídeo viralizou nas redes sociais mostrando Juan Taleb esbravejando: "Negro de m.... Tem que ficar escravo por toda sua vida". Nas imagens, o homem aparece se dirigindo a uma mulher negra, que seria sua namorada.
Uma testemunha afirmou que a motivação do crime foi o fato de um homem negro ter supostamente esbarrado em Juan. A mulher relatou que alertou um policial que, por sua vez, não saberia como agir, pois a vítima não estava mais no local.  
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) teve acesso às imagens e levou o caso à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Caso o homem seja condenado por racismo e seja estrangeiro, ele pode ser expulso do país.
Procurada, a Polícia Militar disse que "não houve acionamento para a ocorrência".
Casos recentes de racismo
No final de setembro, a Polícia Civil abriu investigação sobre uma denúncia de racismo contra uma jovem dentro do Colégio Estadual Vila Bela, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Julyene Vitória dos Santos, de 18 anos, disse que um funcionário fez comentários ofensivos sobre o seu cabelo.
Até a rainha de bateria da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, Maria Mariá, de 21 anos, foi alvo de comentários racistas e misóginos em um vídeo onde ela aparece sambando na semifinal de samba-enredo para o Carnaval 2024, também no final de setembro. Nas mensagens, perfis fizeram comentários de forma pejorativa sobre o cabelo trançado de Maria Mariá e também dispararam mensagens agressivas.
Em outro caso recente, a Justiça do Rio tornou réu o coronel da reserva do Exército e diretor de transportes do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Herácles Zillo, por ter feito comentários preconceituosos a outro servidor durante o expediente de trabalho.