cúpula da Segurança Pública do RJ se reuniu com o procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano MattosBeatriz Perez / Agência O Dia

Rio - A cúpula da Segurança Pública do Governo do Rio se reuniu no fim da manhã desta quarta-feira (11) com o procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, na sede da Procuradoria Geral de Justiça, no Centro do Rio, com o objetivo de alinhar a integração do governo com o Ministério Público. O encontro marcou o início de um trabalho conjunto para formular uma lista de detentos para serem enviados para presídios federais.
A reunião teve a presença dos secretários das polícias Militar e Civil, da Secretaria de Administração Penitenciária e do procurador-geral do Estado.
"Começamos a conversar também sobre a possibilidade de transferência de lideranças [criminosas] para presídios federais. Essa lista será feita em conjunto pelas forças estaduais e promotores e procuradores que trabalham nessa área", disse Castro.
As equipes começam a trabalhar a partir desta quarta-feira (11) na escolha de nomes com as condutas individualizadas para aumentar as chances da Justiça autorizar as transferências.
O procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, afirmou que o foco do Ministério Público é a segurança pública. "Nossa prioridade é segurança pública aqui no Ministério Público do Rio de Janeiro. Não só na investigação penal, mas também atuando com vários outros temas, fazendo nesse primeiro momento a asfixia, o enfrentamento à questão financeira dessas organizações", afirmou Mattos.
Castro disse, ainda, que o principal intuito é 'combater as máfias' que atuam no estado. "A ideia aqui era fazer um balanço das operações policiais e olhar os próximos passos. Ver como a gente pode, integradamente, combater essas máfias. Poder colocar na cadeia quem tiver que colocar e desarticular essas organizações", disse o governador.
Operação Maré
O governador Cláudio Castro afirmou que não há prazo para que a operação que busca prender criminosos na Maré se encerre e destacou que a ação se diferencia por ser baseada na inteligência. As investigações orientam, segundo Castro, a necessidade de se fazer incursões nas favelas.

"Essa é uma operação baseada em inteligência e investigação. A gente não pode falar em prazo. Depende da inteligência dizer se tem ou não resultado fazer incursão. Acho que essa é a grande diferença dessa operação para as outras: a inteligência. Isso é muito rico, inclusive para diminuir a chance de ter efeitos colaterais nas comunidades", declarou Castro.
O trabalho integrado das forças de segurança durante esses três dias já teve como resultado a prisão de 24 criminosos, apreensão de mais de meia tonelada de maconha e drogas sintéticas, assim como de 100 quilos de pasta base de cocaína. Armas e 101 veículos também foram apreendidos, além de 42 toneladas de barricadas terem sido retiradas das ruas.

Os moradores da Maré também ganharam de volta o acesso à piscina do Complexo Esportivo da comunidade. A Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), que é parceira na ação, confiscou 248 aparelhos celulares em Bangu 3 e 4. Desde segunda-feira (9), a Operação Maré já causou prejuízo de mais de R$ 20 milhões aos criminosos, segundo as polícias.