Rio - Publicado em 1978, o livro "Escola de samba: árvore que esqueceu a raiz", de Antônio Candeia Filho e Isnard Araújo, será relançado, às 15h deste sábado (14), no Museu do Samba, na Mangueira, Zona Norte do Rio. Após anos esgotada, a obra vai ganhar uma edição repaginada em comemoração ao centenário da Portela. A pré-venda do livro, que custa R$ 50, acontece através do site da editora Carnavalize.
A iniciativa é o início de um calendário comemorativo do projeto Carnavalize que vai trazer novidades até dezembro. A nova edição, que não teve o texto original modificado, traz a história da azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira, com entrevistas de grandes baluartes e sambistas da agremiação. Na nova edição, quem assina a orelha é a cantora e compositora, Teresa Cristina. A apresentação é assinada por João Baptista Vargens, biógrafo do Candeia; e o posfácio é de Rogério Rodrigues, diretor cultural da Portela.
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Na obra, Candeia e Isnard analisam o processo de crescimento do Carnaval carioca, com a chegada da classe média, além da entrada de profissionais na produção artística e das transformações causadas no gênero samba-enredo em decorrência do crescimento comercial na venda dos discos. Nesse percurso, são investigadas as causas e as consequências dessas transformações, propondo caminhos para que as escolas sigam evoluindo, sem abrir mão da sua identidade.
Selma Candeia, filha do sambista, falou sobre a importância do relançamento do livro:"Estou achando maravilhoso, porque isso reforça todos os ideais dele em relação ao rumo do samba e mantém preservada a cultura e origem do sambista. Para mim, está sendo muito importante, e estou muito contente em poder realizar o pensamento do meu pai e do parceiro dele, que perdura até hoje", comentou Selma.
A obra é a 14ª publicação do Selo Carnavalize, que vem se dedicando a produzir uma bibliografia sobre o carnaval e as escolas de sambas.
Autores do livro:
Isnard Araújo (1939 - 2017) fez parte do Departamento Cultural da Portela ao longo da década de 1970, ao lado do irmão Hiram Araújo. Com Candeia, escreveu este livro em 1978 e foi responsável também pela idealização do Museu Histórico Portelense. Formado em Educação Física, atuou como jogador de basquete e foi professor do Colégio Arte e Instrução, além de vice-diretor de ensino das Faculdades Integradas Simonsen.
Antônio Candeia Filho (1935 - 1978) foi um importante compositor, cantor e músico brasileiro. Nascido em berço de sambistas, a partir da década de 1950, integrou a ala de compositores da Portela, onde venceu seis disputas de samba-enredo. Em 1970, lançou seu primeiro álbum individual e se tornou referência no "partido alto". Durante a mesma década, foi figura de oposição às transformações que aconteciam nas escolas de samba, o que o fez se afastar da Portela e fundar o GRANES Quilombo, em 1975.
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