Forças de segurança realizam mais um dia de operação no Complexo da Maré
Durante essa 6ª etapa da ação, dois suspeitos foram presos e diversos materiais, entre medicamentos, veículos, armas e máquinas de azar foram apreendidos.
Agentes do Bope atuam no Complexo da Maré na manhã desta quinta-feira (18) - Reginaldo Pimenta/Agência O DIA
Agentes do Bope atuam no Complexo da Maré na manhã desta quinta-feira (18)Reginaldo Pimenta/Agência O DIA
Rio - As forças de segurança no Rio realizaram mais uma operação no Complexo da Maré, na Zona Norte, na manhã desta quarta-feira (18). Os agentes atuaram nas comunidades Nova Holanda, Parque União e Sem Terra, todas dominadas pelo Comando Vermelho (CV). Durante essa 6ª etapa da ação, três suspeitos foram presos e diversos materiais, entre medicamentos, veículos, armas e máquinas de azar foram apreendidos.
A ação conta com agentes de operações especiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Ações com Cães (Bac).
No Parque União, agentes apreenderam uma motocicleta roubada, uma pistola, uma caixa contendo vários medicamentos e 49 placas de identificação de veículos. Dois suspeitos foram presos, entre eles, um homem conhecido como "gringo", que estava com a arma, os remédios e as placas. Ele foi encaminhado para a 21ª DP (Higienópolis).
Na mesma região, os agentes descobriram um laboratório para a produção de lança-perfume, resultando na apreensão de 300 litros de éter, assim como materiais para embalagem e identificação dos produtos.
Outro suspeito foi preso na comunidade Nova Holanda. Ao todo, entre os armamentos foram apreendidos uma arma 9mm, um carregador de pistola, cinco munições e três granadas. Dentre os veículos, estão duas motocicletas. O total dos medicamentos encontrados no Parque União foram de 138 caixas de Toragesic, um anti-inflamatório usado para dor.
Ainda na operação foram removidas 2,5 toneladas de barricadas. Houve também a apreensão de monitores da marca Dell 21.5, o prejuízo estimado é de R$ 35 mil. Por fim, mas seis máquinas de azar foram apreendidas.
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A cidade do Rio já conta com apoio da Força Nacional. O efetivo, que chegou ao município no domingo, iniciou nesta terça-feira (17) o reforço na segurança pública do estado. Os agentes saíram durante a manhã da Superintendência da Polícia Federal, no Centro do Rio, para realizarem patrulhamento estratégico junto à Polícia Rodoviária Federal em rodovias federais da Região Metropolitana e na Baixada Fluminense.
Ao todo, serão 300 agentes de segurança da Força Nacional que devem chegar até o próximo sábado (21) no estado. No domingo, chegaram 155 deles. Também houve reforço de 250 policiais rodoviários federais, além de 110 viaturas das duas forças policiais.
A Operação Maré ocorre em virtude das investigações da Polícia Civil que apontaram criminosos fortemente armados e com táticas de guerra nas comunidades. Os alvos da Operação Maré são as organizações criminosas que dominam a região.
Escolas fechadas
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, nesta quarta (18), 37 unidades escolares foram impactadas na Maré, afetando 13.469 alunos.
No período de 06 de fevereiro a 16 de outubro deste ano houve, no Complexo da Maré, 42 unidades escolares impactadas por questões de segurança. Ao todo, 14.443 alunos foram afetados neste período. E foram 35 dias com notificações de fechamento em pelo menos uma escola da região.
Clínicas fechadas
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, na região da Maré, a Clínica da Família (CF) Adib Jatene e a CF Augusto Boal mantêm o atendimento à população. Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, estão suspensas na manhã nesta quarta-feira (18).
Já a CF Jeremias Moraes da Silva e a CF Diniz Batista dos Santos acionaram o protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, interromperam o funcionamento nesta quarta-feira (18).
Segunda fase
Segundo o governador do Rio, Cláudio Castro, a operação já entrou na segunda fase, que tem como alvo a identificação de estabelecimentos que podem estar lavando dinheiro tanto para o tráfico, quanto para a milícia.
Em coletiva na última segunda (16), o governador explicou como deve proceder as novas investigações. "Estamos entrando em uma segunda fase das ações de segurança com investigação de comércios e serviços que funcionam lavando dinheiro para o tráfico e a milícia. Uma parte da investigação será feita pela Fazenda estadual e a Polícia Civil e, em seguida, pela Polícia Federal. Nossa missão é atuar na asfixia dessa atividade financeira", disse.
Operações
Na última segunda-feira (16), as forças estaduais de segurança do Estado do Rio atuaram nas comunidades da Vila do Pinheiro, Vila do João, Salsa e Merengue, Conjunto Esperança e Timbau no Complexo da Maré.
O trabalho integrado das forças estaduais de segurança já teve como resultado a prisão de 27 criminosos, apreensão de mais de meia tonelada de maconha e drogas sintéticas, assim como de 100 quilos de pasta base de cocaína. Armas e 102 veículos também foram apreendidos, além de 69 toneladas de barricadas terem sido retiradas das ruas.
Os moradores da Maré também ganharam de volta o acesso à piscina do Complexo Esportivo da comunidade. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), intensificou a vistoria em todo o sistema prisional fluminense.
O governador Cláudio Castro alinhou ainda a transferência de líderes de facções criminosas para presídios federais junto ao procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos. Além disso, trabalha em congruência com a Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal.
A ação é a maior já realizada com uso de tecnologia, aliada à inteligência e investigação. Equipamentos como drones com câmeras que fazem mapeamento de áreas em 3D e uma câmera com zoom de longo alcance são utilizados e têm capacidade de reconhecimento facial e identificação de placas de veículos.
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