Efetivo da Força Nacional, na Superintendência da Polícia Federal, preparando para iniciar as ações de combate ao crime no Rio de Janeiro, nesta Terça-feira (17).Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Segunda fase da Operação Maré mira estabelecimentos suspeitos de lavagem de dinheiro
Cláudio Castro esteve ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e ressaltou a importância do trabalho de inteligência em conjunto com as forças de segurança
Rio - A segunda fase da operação contra facções criminosas atuantes no Complexo da Maré, na Zona Norte, terá como alvo a identificação de estabelecimentos que podem estar lavando dinheiro tanto para o tráfico, quanto para a milícia. A informação foi divulgada pelo governador Cláudio Castro durante uma coletiva de imprensa no Palácio Guanabara na noite desta segunda-feira (17).
"Estamos entrando em uma segunda fase das ações de segurança com investigação de comércios e serviços que funcionam lavando dinheiro para o tráfico e a milícia. Uma parte da investigação será feita pela Fazenda estadual e a Polícia Civil e, em seguida, pela Polícia Federal. Nossa missão é atuar na asfixia dessa atividade financeira", disse Castro.
Castro esteve ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e ressaltou a importância do trabalho de inteligência realizado em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal para permitir ações estratégicas.
"Colocamos à disposição da Polícia Rodoviária Federal (PRF) os dados da segurança pública para uma ação mais efetiva. Essa integração é importante e continuaremos com esse alinhamento, principalmente no bloqueio de estradas e portos", complementou o governador.
Ainda na coletiva, Dino destacou que a Força Nacional e a PRF vão se dividir em duas frentes. A primeira, ostensiva, ocorrerá nas rodovias federais, portos e na Baía de Guanabara. Já a segunda vai combinar tecnologia e aparatos internos das polícias para intensificar o trabalho de inteligência.
"Estamos em um trabalho em conjunto fortalecido com o governo estadual. Envolve a PRF e a Força Nacional, que já começa nesta semana em campo com ações nas rodovias federais. Todos os dias haverá ações ostensivas. A operação é dinâmica, se altera a cada dia e poderá ser expandida para abranger vias expressas e outras vias públicas", explicou Dino.
Aproximadamente 270 policiais e mais 110 viaturas da PRF e da Força Nacional já atuam no Rio de Janeiro.
A vinda da Força Nacional faz parte de um pacote de medidas de segurança adotadas pelo Governo do Estado. O reforço foi solicitado pelo governador Cláudio Castro no fim de setembro. No início do mês de outubro, Flávio Dino assinou a portaria que autoriza a vinda dos agentes federais para a capital fluminense.
Entenda o que é a Força Nacional
A Força Nacional é um Programa de Cooperação Federativa do Governo Federal gerida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A finalidade do programa é a preservação da ordem pública, a segurança de pessoas e de patrimônio e atuação em emergências e calamidades públicas. A Força Nacional não faz parte das Forças Armadas e é composta por policiais militares, corpos de bombeiros, policiais civis e profissionais de perícia.
A Força Nacional pode ser empregada em qualquer parte do território nacional mediante autorização do Ministério da Justiça. Ela atua de acordo com as solicitações dos governadores de estado ou dos ministros de estado para apoiar um ente estadual ou um ente federal. Todos os operadores passam por um treinamento e capacitação chamado Instrução de Nivelamento de Conhecimento.
Operação Maré
Nesta segunda-feira (16), as forças estaduais de segurança do Estado do Rio atuaram nas comunidades da Vila do Pinheiro, Vila do João, Salsa e Merengue, Conjunto Esperança e Timbau no Complexo da Maré. Um suspeito foi preso, 11 toneladas de barricadas foram removidas e 17 ruas desbloqueadas. Foram apreendidos mais de 120 Kg de cocaína, além de uma arma, duas granadas e outras drogas.
Este foi o quinto dia da Operação Maré. Na última semana, o trabalho integrado das forças de segurança já teve como resultado a prisão de 25 criminosos e R$ 20 milhões de prejuízo às associações criminosas.
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