Dois suspeitos de participarem do ataque com um artefato explosivo a um ônibus na Avenida Brasil já foram apreendidosArquivo / Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - Um adolescente, suspeito de envolvimento no ataque com um artefato explosivo a um ônibus na Avenida Brasil que deixou três pessoas feridas, foi apreendido nesta terça-feira (17), na Pavuna, Zona Norte do Rio. É a segunda apreensão relacionada ao caso até o momento.
Segundo a Polícia Civil, o jovem foi descoberto após o levantamento de informações e cruzamento de dados feito pela equipe da 39ª DP (Pavuna). Contra ele, foi cumprido um mandado de busca e apreensão pelo fato análogo ao crime de tentativa de latrocínio.
Na terça-feira passada (10), um adolescente apontado como responsável por jogar a bomba dentro do ônibus foi apreendido em casa, na Estrada de Botafogo, em Costa Barros, também na Zona Norte. Ele confessou o crime na delegacia.
Outros quatro suspeitos de envolvimento no ataque ao coletivo já foram identificados. Os responsáveis seriam integrantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP). Segundo o delegado André Prates, titular da 39ª DP, a explosão foi uma estratégia do tráfico para atrair o policiamento na região da Pavuna e Barros Filho em busca de dificultar uma possível invasão de uma quadrilha rival.
'Ele foi um milagre'
Em conversa ao DIA, Douglas Silva, enteado de Eduardo Fresnedo Siera Pontes, de 61 anos, uma das vítimas da explosão, disse que a recuperação do padrasto foi um milagre. A vítima ficou 12 dias internada em estado grave.
De acordo com Douglas, o pulmão foi o órgão mais afetado pelo ataque e o idoso ainda desenvolveu uma trombose na perna esquerda, além de vários outros ferimentos espalhados pelo corpo.
"O médico deu alta porque ele já tinha terminado de tomar os antibióticos, até para ele se tratar em casa. Como ele está muito abalado emocionalmente com tudo o que aconteceu, a melhor coisa é ele ficar em casa descansando. Dia sim e dia não a gente leva ele na clínica para fazer os curativos", explicou.
Ainda segundo o enteado, Eduardo foi para casa ainda muito nervoso, abalado com o ataque. Por isso, ele deve começar em breve um tratamento psicológico para tratar o episódio traumático.
"A cabeça dele não está 100%. Até quando ele voltou para casa foi bem complicado, porque ele ainda está assimilando as coisas. Agora ele está mais calmo, ele voltou bem agitado para casa com toda a situação. Ele mesmo falou que é um dia de cada vez e que se Deus quiser ele vai ser recuperar. Mas ele está bem abalado com o que houve", revelou.
Relembre o caso
No dia 27 de setembro, o ônibus onde Eduardo estava foi atingido por um artefato explosivo de fabricação caseira que explodiu no interior do veículo na Avenida Brasil, altura de Barros Filho, na Zona Norte, durante um arrastão.

A bomba caseira, jogada por criminosos, deixou três pessoas feridas. A região vinha sofrendo com uma intensa onda de confrontos entre criminosos rivais.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, além de Eduardo, Luiz Silva, 65 anos, com ferimentos moderados, e Elaine S. Ivo, 35 anos, com ferimentos leves, foram encaminhados ao Hospital Albert Schweitzer, em Realengo. Ambos já receberam alta.