Hidrogênio limpo foi tema do primeiro painel desta quarta-feira (18)Erica Martin

Rio - Diante da expectativa de que as usinas nucleares desempenhem um papel ainda mais importante com o processo de transição energética, a Eletronuclear foi um dos destaques da 8ª Conferência Cidades Verdes, realizada ontem (17) e hoje (18) no Centro de Convenções da Firjan, no Centro.
“O objetivo da nossa participação é começar um processo de desmistificação, mostrando para a sociedade que a energia nuclear é uma fonte segura e limpa, com baixa emissão de carbono, que está mundialmente posicionada como uma forte potência para a transição energética”, explicou Eduardo Grand Court, presidente da Eletronuclear, que participou da abertura do evento na manhã desta quarta-feira (18).
Apresentar a segurança das usinas é um ponto central no trabalho de informar adequadamente os cidadãos. “Além de ser regulada pela Comissão Nacional de Energia (CNEM), a Eletronuclear também é fiscalizada por órgãos internacionais que atestam a adoção das melhores práticas. A crise do gás trouxe o entendimento de que não é uma realidade que a fonte nuclear é perigosa, por mais que possa ser vista assim. O nível de acidentes no mundo com a fonte nuclear é baixo, diferente do que se propaga. Questões graves, como de Chernobyl, são muito mais relacionados historicamente à cortina de ferro”, disse Grand Court.
O presidente da Eletronuclear também destacou o compromisso da empresa com o crescimento do Rio. “Queremos contribuir com o desenvolvimento de maneira sustentável. Estamos operando Angra 1 e 2 sem nenhum problema grave ou impacto aos funcionários e ao meio ambiente, e trabalhando com empenho para concluir Angra 3. Considero que a Eletronuclear tem uma participação muito importante para crescimento econômico do estado", disse Grand Court, que explicou: "Angra 3 é um investimento da Eletronuclear da ordem de R$ 20 bilhões. Ou seja, não é dinheiro público. Estamos falando da geração de 7 mil empregos diretos e 20 mil indiretos durante a construção, fomentando o desenvolvimento econômico de um estado que sofreu por muito anos com crise econômica e precisa ser alavancado”
HIDROGÊNIO LIMPO
Com mediação da jornalista Amélia Gonzalez, o primeiro debate do segundo dia do Cidades Verdes, focado em temas relacionados à energia e mobilidade, reuniu quatro especialistas que falaram sobre o hidrogênio verde, que pode se transformar na principal fonte de energia no mundo já neste século.
Engenheiro responsável pelo Projeto de Hidrogênio da Eletronuclear, Nelri Ferreira Leite explicou a mudança na nomenclatura: "Hoje, falamos em hidrogênio limpo, já que a parte verde contempla todas as fontes limpas e não só as renováveis. Já é consenso no mundo que o hidrogênio limpo, de baixa emissão de carbono, prevalece sobre todas as rotas tecnológicas".
Durante o painel,  Nelri apresentou mais detalhes sobre o projeto conduzido por ele para produção de hidrogênio a partir da eletrólise direta da água do mar, sem necessidade de dessalinização e sem registro de impacto ambiental em mais de 25 anos de operação. "Um projeto inovador e inédito, concebido em 1997 na Eletronuclear", destacou Nerli, explicando que os trabalhos acontecem em dois prédios localizados em Angra 1 e 2. “Após a etapa de pesquisas de desenvolvimento, estamos na fase de viabilidade técnica e econômica para poder produzir esse hidrogênio e aproveitá-lo na geração de energia”, disse Grand Court.
Realizada pelo Instituto Onda Azul, em parceria com a Firjan, a 8ª Conferência Cidades Verdes tem patrocínio da Eletronuclear, da Cedae e da Semove (Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro), com apoio de instituições como Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Anamma. 
O evento conta com mais duas mesas ao longo da tarde, a partir das 14h15, e será encerrado por Ilan Cuperstein, diretor para a América Latina do C40 Cities - Grupo de Grandes Cidades para Liderança do Clima.