Dom Orani gravou um vídeo para os fiéis após os atos de violência que ocorreram no RioReprodução

Rio - O cardeal arcebispo Dom Orani Tempesta gravou um vídeo nesta segunda-feira (23) pedindo paz após 35 ônibus serem queimados durante ataques criminosos na Zona Oeste. Para garantir a segurança, o arcebispo pediu ainda que os fiéis tenham prudência e atenção ao saírem de casa.

"Caríssimos irmãos, presbíteros, devido aos acontecimentos da tarde de segunda-feira na nossa cidade, recomendo toda prudência para celebrações, missas, se possível propor estarem mais atentos ao sair de casa, especialmente na região Oeste, a mais atingida", disse.
Após os ataques, os estragos ainda são visíveis na Zona Oeste na manhã desta terça-feira (24). O policiamento precisou ser reforçado na região. Abaixo, veja imagens de veículos e estações do BRT destruídas após os incêndios.

Devido aos atos de violência, Dom Orani ainda pediu orações pela paz e entendimento das pessoas na cidade. "Apoiem as famílias, as pessoas que necessitam de oração neste momento e procurem cada vez mais ter essa esperança, que como cristãos temos que chamar as pessoas a paz e a fraternidade, para que aconteça cada vez melhor uma vida mais justa e mais humana", acrescentou.

Por fim, o arcebispo expôs sua solidariedade ao transtorno sofrido pela população e reforçou o desejo de paz. 
Dia de terror
Os ataques na Zona Oeste ocorreram em represália a morte de Matheus da Silva Rezende, conhecido como 'Faustão', sobrinho e braço direito do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho.
Na ação, foram destruídos 35 ônibus, sendo 20 da frota municipal, cinco articulados do BRT, e outros 10 de turismo e fretamento. Em apenas um dia, a cidade teve o maior número de ônibus queimados de sua história, segundo o Rio Ônibus. O município chegou a ter 121 km de congestionamento, quase o dobro da média registrada nas últimas três segundas-feiras.
A morte do miliciano 'Faustão' foi o que motivou os ataques na cidade do Rio de Janeiro. Matheus e outros milicianos da quadrilha de Zinho, apontado como um dos principais chefes da milícia no Rio de Janeiro, foi alvo de uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE). Durante um confronto com policiais, 'Faustão' foi baleado e socorrido pelos próprios agentes do Hospital Municipal Pedro II, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
O criminoso, além de ser sobrinho de Zinho, também era preparado para ser o sucessor do tio. Conhecido como 'senhor da guerra', ele é apontado pela Polícia Civil como responsável pela união do tráfico e milícia. Faustão também é acusado de envolvimento no assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e seu cunhado Maurício Raul Attalah, em agosto de 2022, na Estrada Guando Sapé, em Campo Grande.