Familiares e amigos de Raphaela Salsa Ferreira fizeram um protesto contra feminicídioMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - A estudante de enfermagem Raphaela Salsa Ferreira, de 38 anos, foi enterrada na tarde desta terça-feira (31), no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio. A cerimônia ficou marcada por um protesto silencioso contra o feminicídio por parte de amigos e familiares, que estenderam a mão com um desenho de 'X' em vermelho.
Camila Salsa, irmã da vítima, disse que Raphaela não reclamou sobre ameaças e violência recentemente. Ela confirmou que, em 2014, a estudante havia registrado um boletim de ocorrência contra o ex-marido Vagner Dias de Oliveira, preso pelo assassinato, mas disse que não houve novos episódios de agressões.
"Ela estava vivendo a vida dela normalmente. Eles tinham terminado, mas não achei que era nada... Achei que era um término normal. É muito doloroso. Queria agradecer à Delegacia de Homicídios, foram muito solícitos. O que a família não queria é que esse cara [Vagner] ficasse solto", disse Camila.
Vagner foi preso na manhã desta terça-feira, após o pedido de prisão temporária solicitado ao Tribunal de Justiça. Na segunda (30), ele esteve na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) para prestar depoimento.
Raphaela fazia curso de Enfermagem no Centro de Ensino e Práticas Médicas (Cepramed), no Pechincha, na Zona Oeste da cidade. Segundo as investigações, Vagner pegou um carro emprestado com um amigo e seguiu a ex-mulher da saída do curso até a casa dela, na Praça Seca, tendo a sequestrado em seguida.
De acordo com laudo do Instituto Médico Legal (IML), a estudante foi morta por asfixia e o corpo foi queimado logo depois. A vítima foi reconhecida pela arcada dentária e por algumas tatuagens.
Raphaela deixou quatro filhos, incluindo uma bebê de 1 ano.