Instrução normativa alcança policiais militares ativos, veteranos, funcionários civis e prestadores de serviço terceirizados da SEPMReprodução
O MPF e a DPU tomaram conhecimento de que policiais e ex-policiais relataram condutas potencialmente criminosas em podcasts e programas de canais do YouTube, relatando descrições de agressões e homicídios injustificados, desproporcionais à atuação policial. Segundo o documento, o conteúdo veiculado nesses programas exalta a cultura de violência e ódio, incitando crimes, violação da presunção de inocência e do devido processo legal.
A instrução normativa, publicada em 10 de outubro, alcança policiais militares ativos, veteranos, funcionários civis e prestadores de serviço terceirizados da SEPM, estando ou não em horário de serviço. Ela regulamenta a publicação de conteúdos visuais, como fotos e vídeos das instalações, viaturas, fardamento, armamento, equipamentos, bens materiais e imateriais pertencentes à corporação; conteúdos textuais sobre comportamentos e atividades de policiais militares, sobre procedimentos operacionais e administrativos; e conteúdos diversos que tenham ligação com o atendimento voltado à sociedade.
No documento, a PMERJ informa aos servidores e prestadores de serviço que defende o direito constitucional à liberdade de expressão, mas lembra que as publicações e participações de seus agentes em redes sociais, ainda que particulares, deve obedecer aos princípios de hierarquia e disciplina e às normas de ética e de condutas profissionais, além de refletir na corporação. A instrução normativa prevê ainda que eventuais transgressões serão apuradas na esfera administrativa e penal, se for o caso. A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) do MPF no Rio de Janeiro está analisando o documento.
Policiais nas redes sociais
Mais recentemente, com o avanço de podcasts com temática policial, agentes do estado relatam não só suas rotinas de trabalho, mas transgressões disciplinares e até crimes cometidos durante suas atuações. O MPF, no Rio de Janeiro, investiga um grupo de canais que veiculam esse tipo de conteúdo desde maio deste ano.
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