Ravi Cunha recebeu alta hospitalar nesta quinta-feira (2)Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Recém-nascido sequestrado recebe alta hospitalar nesta quinta
Família e bebê deixaram a Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Hollanda no início da tarde
Rio - Ravi Cunha, o recém-nascido sequestrado da Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Centro do Rio, recebeu alta nesta quinta-feira (2). O bebê deixou o hospital nos braços da mãe, visivelmente emocionada, e acompanhado do pai, que festejou a volta para casa.
A família viveu momentos de tensão nesta quarta-feira (1), quando a criança foi sequestrada durante a madrugada por Cauane Malaquias Costa, de 19 anos. Ela foi presa horas depois de cometer o crime, na comunidade do Borel, Zona Norte do Rio.
Ravi é fruto do casamento de oito anos de Matheus Cunha e Nívea Maria, ambos de 27 anos. O primeiro filho nasceu com 37 semanas e de parto normal na maternidade que é referência no Rio para este tipo de procedimento. "Nosso primeiro filho, bênção de Deus nas nossas vidas, uma criança muito desejada. Daqui para frente só quero ficar com ele, 24 horas, agarradinhos", disse o pai.
Cauane deve passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (2). Ela foi levada para o presídio feminino de Benfica, na Zona Norte, após ser presa em flagrante pelo crime de subtração de incapaz. A pena é de até 6 anos de reclusão.
Entenda o caso
A jovem de 19 anos entrou na maternidade na madruga de quarta-feira (1º), alegando que ser acompanhante de uma gestante que estaria em trabalho de parto. Cauane foi flagrada pelos corredores do hospital com três bolsas grandes, e teria levado o bebê em uma delas.
A tia da criminosa, que não quis ser identificada, disse que Cauane tinha um caso extraconjugal com um homem, casado há 10 anos, e não queria terminar a relação, que já durava cinco anos. Com isso, inventou que estava grávida para que o relacionamento continuasse. Meses após a mentira, a jovem apareceu com o bebê em casa, alegando ser filho do homem.
O delegado Mário Jorge, responsável pelo caso, explicou mais detalhes do sequestro. "Ela soube que uma amiga havia vindo para o hospital ter um bebê na data de ontem por uma foto, decidiu ir até o hospital e chegou lá entre 10h30 e 11h para visitar a colega. Segundo o depoimento de Cauane, ela realmente visitou essa colega, mas ficou perambulando pelo corredor do hospital. Por volta de 15h, ela passou pela enfermaria, viu o Ravi e se interessou pela criança", disse.
"Por volta das 19h, retornou ao hospital com três bolsas de bebê, inclusive com uma bolsa cegonha, Às 1h30, quando a mãe [do bebê] estava dormindo, ela aproveitou, pegou a criança e levou para a residência dela", concluiu.
Mário confirmou a versão dos familiares de que Cauane teria inventado a gravidez por conta do namorado.
Emoção no reencontro
Ravi foi devolvido a família na manhã de quarta (1º). O bebê foi localizado por policiais militares da UPP do Borel, por volta das 8h. Matheus Cunha, pai da criança, lembrou dos momentos de tensão. "Foi um pânico muito grande, mas eu tinha certeza dentro de mim que ele ia voltar para a gente. Eu falava dentro daquele hospital: "espera, ele vai voltar". No momento que falei isso meu celular tocou e era minha mãe falando que tinham encontrado ele".
A avó do menino, Patrícia Maranhão, disse que o sequestro aconteceu durante um cochilo de 15 minutos dela e da nora e pediu por mais segurança na maternidade. "Vamos buscar justiça. É um trauma para uma vida inteira, principalmente para minha nora e meu filho. Esperamos que os governantes tomem providências para ter mais segurança. A maternidade deveria ser um lugar seguro, já que a gestante está impossibilitada", ressaltou.
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